O grupo holandês SHV Holdings, que contratou o banco espanhol Santander para liquidar os pontos comerciais remanescentes da rede atacadista Makro no país, após 50 anos de atuação local, é mais uma multinacional as operações no Brasil durante a gestão Bolsonaro.
Há dois anos, o Makro já havia vendido 28 lojas para o Carrefour, restando os 24 pontos de venda de São Paulo. A exemplo do que ocorreu com a rede Extra Hiper, também vendida pelo grupo Pão de Açúcar, o chamado “atacarejo” tomou público dos hipermercados nos últimos cinco anos.
Redes regionais e os gigantes Atacadão (do grupo francês Carrefour) e Assaí (do também francês Casino) operam com maiores escalas e menores preços. Na era da inflação de dois dígitos, desemprego persistente e defasagem de salários, o consumo se resume ao essencial. Com a população atolada em dívidas e sem emprego e renda, nem o “pacote de bondades” eleitoreiro de Bolsonaro e Guedes é capaz de estimular o consumo.
Com a despedida do Makro, a lista de empresas em fuga do país de Bolsonaro e Guedes ganha mais um nome. Entre 2019 e 2021, pelo menos 15 multinacionais de diversos setores deixaram o Brasil, agravando o desemprego. Em 2020, mais de cinco mil indústrias fecharam as portas, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).