Com isso, ‘spread bancário’ tem recuado neste ano, informa instituição.
Os seguidos cortes feitos pelo Banco Central na taxa básica de juros, a Selic, estão chegando ao consumidor. É o que mostram os dados divulgados, nesta terça-feira (26/06), pelo próprio BC, – as taxas médias de juros das operações de crédito para pessoas físicas atingiram em maio o menor patamar de toda a série histórica, de 38,8% ao ano.
Desde julho do ano passado, quando a Selic estava em 12,50% ao mês, o BC está promovendo reduções nos juros, hoje em 8,50%. Em outra frente, o Governo Federal adotou, em abril, a estratégia de diminuir os juros cobrados pelos bancos públicos – Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal –, levando as instituições financeiras privadas a também reduzir suas taxas.
“Em maio, a queda dos juros bancários foi pronunciada. Não vemos queda nesse nível desde 2003”, informou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel.
Segundo o BC, os bancos foram além dos cortes na Selic, reduzindo também o chamado “spread bancário” – que é a diferença entre a taxa de captação dos bancos e os juros cobrados dos tomadores finais do crédito. Isso porque, enquanto o juro pago pelos bancos recuou 3,5 pontos percentuais desde agosto de
O alto nível do “spread bancário” no Brasil tem sido duramente criticado pela presidente da República, Dilma Rousseff, e por integrantes da equipe econômica, como o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que chegou a dizer que os bancos privados ainda têm margem para reduzir seu “spread bancário” e, consequentemente, os juros cobrados de seus clientes.
Taxa média geral e de empresas
Segundo o Banco Central, os juros bancários para pessoas físicas e jurídicas também caíram em maio deste ano, quando atingiram 32,9% ao ano, contra 35,1% ao ano em abril de 2012 – o menor valor da série histórica, que começa em junho de 2000.
Já a taxa de inadimplência das famílias subiu 0,2 ponto percentual, para 8%. No caso das empresas, a taxa média de juros caiu 1,3 ponto percentual de abril para maio, ao ficar em 25% ao ano. As pessoas jurídicas registraram inadimplência de 4,1%, índice estável em relação ao mês anterior.
Expansão do crédito
Para as pessoas físicas, houve crescimento do crédito pessoal de 1,9% no mês, totalizando R$263 bilhões em maio e foi detectada a queda nos saldos de empréstimos com custo mais elevado, como cheque especial e cartão de crédito, ambos com retração de 2,8% no mês. O saldo dos financiamentos de veículos cresceu 0,2% no mês.
O crédito para capital de giro das empresas aumentou seu ritmo de expansão, atingindo R$330 bilhões em maio, com crescimentos de 2,4% no mês e 18,1% em doze meses, com destaque para o crédito pelas pequenas e médias empresas.