“Só a união dos movimentos sociais, da esquerda, das entidades sindicais e dos partidos progressistas será suficiente para barrar a Reforma da Previdência do governo golpista”. Essa é a avaliação e recomendação do senador Paulo Rocha (PT-PA). Diante da ofensiva do governo em tentar incutir na sociedade que o rombo na previdência justifica uma reforma, só a união dos trabalhadores do setor privado e dos servidores públicos afetados poderá evitar mais uma violação à Constituição Federal. A reforma de Temer tem como mote excluir do sistema previdenciário milhares de trabalhadores, para que a previdência pública dê lugar à previdência privada, gerida pelos bancos.
No evento do MST no Ceará, semana passada, o senador José Pimentel (PT-CE), que já foi ministro da Previdência, apontou que as mulheres serão as mais prejudicadas pela reforma, porque a proposta é igualar a idade entre homens e mulheres em 65 anos, com a possibilidade de aumento de um ano cada vez que a expectativa de vida se eleva. Ao mudar a Constituição cidadã, sem consultar as ruas, o ataque consiste em ferir de morte os princípios da proteção social.
“Precisamos ter uma mobilização muito forte para retomar o projeto de desenvolvimento econômico com inclusão social, mantidos pelo PT nos últimos treze anos”, disse Pimentel. Ele ressaltou que o MST foi uma das principais entidades a contribuir com ideias que transformaram o País nos governos Lula e Dilma. Neste momento, a mobilização contribuirá para barrar a Reforma da Previdência.
A ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, afirma que as mulheres estão cada vez menos representadas no governo golpista e a mudança na idade de aposentadoria é um golpe. Para ela, reconectar o PT com a sociedade é o caminho correto, ou seja, o da união. E as mobilizações contra a reforma devem começar logo. “O medo na espera mata a esperança da felicidade”, diz ela.
O representante do MTST, Guilherme Boulos, vê o governo Temer como um “governo da espoliação”, onde o principal compromisso não é com o povo, com os trabalhadores, mas com quem financiou o golpe. E a reforma da previdência, associada à reforma trabalhista, só aumenta o sentimento de desproteção social, a marca registrada do governo ilegítimo. Boulos, Menicucci, Pimentel e Paulo Rocha participaram ontem de seminário organizado pela Bancada do PT no Senado.