Reforma Política: Viana apresenta propostas na terça-feira

Para o senador, a mudança na legislação eleitoral é a resposta mais contundente às manifestações.

Reforma Política: Viana apresenta propostas na terça-feira

O ponto fundamental da proposta do senador
é o fim das doações de empresas às
campanhas eleitorais

Defensor contumaz da Reforma Política, o senador Jorge Viana (PT-AC) anunciou que irá apresentar suas propostas nesta terça-feira (02). “Aliás, demorou-se tanto para fazer a reforma política neste País, que temos que fazer uma mudança na política deste País, que só virá se for com a mudança na lei, uma mudança que possa fazer com que eleição deixe de ser sinônimo de corrupção. No nosso País, hoje, eleição é sinônimo de corrupção”, cutucou, listando os pontos que pretende defender:

“O primeiro deles: fim, proibição de doações em campanha por pessoas jurídicas. Só poderia doar na eleição pessoa física, com teto, para os candidatos que concorressem aos cargos. Isso é possível. Isso tiraria o poderio econômico das eleições. Vai ganhar, vai disputar quem tem boas ideias e boas propostas. Partidos que têm compromisso, que têm história ficam. Partidos cartoriais saem”, disse.

Ele disse ainda que vai defender a ideia de que, passado 2014, seja feito um recadastramento partidário de renovação dos registros partidários e que se exija um mínimo de filiados de pelo menos 0,5% do eleitorado, o que é perto de meio milhão. Para se criar um partido, 500 mil assinaturas; eu quero ver manter um partido, o registro de um partido, tendo 500 mil filiados. “Com isso, nós tiraríamos os partidos cartoriais e ficaríamos com os partidos que são parte da luta política”, defendeu.

Viana também defendeu que sejam criados espaço para candidaturas avulsas. “Outro aspecto que pretendo apresentar para a reforma política: as iniciativas populares não precisariam ter um milhão de assinaturas, 1%. Poderiam ter 0,5, com o mesmo número de assinaturas para se criar um partido. Chegando aqui, elas teriam de ter um caráter de urgência e entrar como algo prioritário na tramitação das Casas, por terem origem na população”, disse.

Mais uma vez apelando pela união de esforços, pediu que o Congresso também trabalhe para conseguir um entendimento capaz de pensar o Brasil. “Era a hora de unir todos, oposição e situação, aproveitar e fazermos a reforma política, com a opinião da oposição e com a opinião da situação”, comentou. “A reforma política é a resposta ao clamor das ruas”, disse.

Lula
Viana ainda comentou entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, concedida ao jornal Valor Econômico. Lula falou ao jornal quando estava na Etiópia, participando de um evento realizado no Continente Africano, procurando construir uma sinergia para combate à fome e pobreza no Continente Africano.

O senador acreano contou que Lula foi questionado sobre a queda da popularidade da presidenta Dilma Rousseff. “Ele mostrou hoje o desdobramento das quedas envolvendo o Governador de São Paulo, o Prefeito de São Paulo, o Governador do Rio de Janeiro,o prefeito da cidade do Rio de Janeiro todos com quedas bastante grade, contou Viana, acrescentando que o que está em queda é a política, quem está sendo questionado é a política”, definiu.

Outro trecho da entrevista relatado pelo senador é a análise de Lula de que parte do movimento de protestos que se alastrou pelo Brasil “é filho, é resultante desse Brasil novo, mudado, que nós temos. Um exemplo concreto: 30 milhões de pessoas andavam de avião há 10 anos. Agora são mais de 100 milhões que andam de avião. Quem fez essa mudança? Fomos nós, trabalhando com nossos governos”, enfatizou.

Giselle Chassot

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