Prevista para ser votada no plenário do Senado na próxima semana, a Reforma da Previdência foi alvo de críticas do líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). Para o parlamentar, o projeto terá um efeito extremamente perverso para os trabalhadores e ira gerar impactos negativos na economia, ampliando as desigualdades.
O senador foi um dos convidados do V Encontro Nacional de Assuntos de Aposentadoria da Proifes-Federação (Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituição Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico), que aconteceu na Universidade Federal de Pernambuco, nessa sexta-feira (27).
De acordo com o senador, o projeto, se aprovado, vai reduzir ainda mais a renda dos trabalhadores e terá reflexo direto na economia, com a redução do consumo e o crescimento da distância entre ricos e pobres no país. “Essa política de austeridade de Bolsonaro mantém o Brasil sob um quadro que combina PIB per capta estagnado ou em queda, elevado desemprego, precarização do mercado de trabalho e ampliação da desigualdade de renda”, avalia o senador. Além de Humberto, participou do debate o pesquisador da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), Gil Vicente.
Segundo Humberto, o governo decidiu “cortar na pele dos mais pobres” em vez de combater privilégios e buscar novas fontes de financiamento da previdência. “Existe um conjunto de medias que poderia ser utilizada para a geração da receita, que vai desde rever desonerações até estudar a taxação de lucros e dividendos. Isso, sem falar no controle maior da sonegação fiscal”, apontou o senador, que completou: “O caminho para o Brasil crescer é outro. É preciso estimular o consumo e combater os verdadeiros privilégios”, afirmou.
Mesmo na reta final de votação da medida, Humberto disse que ainda acredita na possibilidade de mudanças no projeto. “Se a gente não conseguir barrar o projeto de uma vez por todas, pelo menos a gente pode fazer pressão para derrubar pontos extremamente nocivos da proposta. Para isso, é preciso que a população se mobilize, converse com os senadores dos seus estados, pressione nas redes sociais. Mais do que nunca, essa ação é fundamental”, analisa o senador.