Os empregos formais estão em queda vertiginosa. O número de acordos coletivos, no primeiro semestre deste ano, caiu quase 40% em relação ao mesmo período do ano passado. As “demissões negociadas”- aquelas onde além de ser demitido, o trabalhador aceita perder benefícios como FGTS, multa rescisória e aviso prévio – já foram quase 83 mil desde novembro. E – mais grave que tudo – 40% dos empregos gerados são informais.
Esses são os resultados da reforma trabalhista, reunidos e divulgados pelo Jornal Valor Econômico em sua edição da última quinta-feira (2). A senadora Regina Sousa (PT-PI) enumerou os desastres acumulados pelo desmonte dos direitos dos trabalhadores durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos nesta segunda-feira (06).
“Só saiu coisa ruim desta Reforma. Em vez do aumento dos empregos que eles anunciaram, temos 40% dos empregados fazendo os famosos bicos. São pessoas que não recolhem para a Previdência. E, depois, eles vão querer justificar a baixa no caixa para voltar com a proposta de reformar a Previdência”, disse a parlamentar.
Regina lembrou que a ameaça de cortes também nos direitos a aposentadorias e pensões não foi sepultado. “Passada a eleição, eles vão interromper a intervenção no Rio de Janeiro – que aliás não serviu para nada – porque dizem que é questão de honra votar a tal Reforma ainda neste ano”, alertou.
Regina disse que é importante a união dos sindicatos e entidades para garantir a aprovação imediata do Estatuto do Trabalho, proposto pelo senador Paulo Paim (PT-RS). “ O Estatuto será a nova CLT; uma forma de garantirmos algum direito para o trabalhador”, explicou.