A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), líder da bancada no Senado, afirmou na manhã desta quinta-feira (23) que o principal objetivo do governo Temer é promover o desmonte do Estado brasileiro. “Esse governo está entregando nossas riquezas, a Petrobras, nossas estatais e reduzindo para menos de 50% o conteúdo nacional. Estamos exportando empregos para outros países. A elite não tem compromisso com o desenvolvimento, não investe e aqui se torna uma colônia”, afirmou.
Para a líder, só um governo de quinta categoria, como o de Temer e seus sócios, são capazes de defender duas reformas nefastas como a da Previdência e a Trabalhista que fazem os trabalhadores voltarem aos tempos da escravidão. Uma pessoa só conseguirá se aposentar aos 72 anos e, para receber a integral, terá de contribuir por 49 anos ininterruptos. Para ter direito ao BPC, a idade subirá de 65 para 70 anos.
“Estão desmontando a página mais bonita da Constituição de 88. Levamos 500 anos para ter a seguridade. Mas com a PEC 55, do teto de gastos, a saúde sentirá problemas daqui a dois anos, a educação também, e vem a Reforma da Previdência e fecha com chave de ouro com a reforma Trabalhista”, disse ela.
Gleisi observou que outra iniciativa entreguista do governo Temer é a liberação para a venda de terras a estrangeiros. Hoje, os grandes conglomerados estrangeiros já são donos de uma Suíça dentro do Brasil. E a segurança alimentar dos brasileiros, dependente da agricultura familiar, está sob risco.
A Reforma da Previdência de Temer vai exigir que cada integrante da família rural pague todos os meses, e não será como hoje onde se paga pela produção. Caso haja quebra da safra por um efeito climático, excesso de chuva ou seca prolongada, o agricultor familiar não terá perdão, será obrigado a pagar. Essa crueldade vai aumentar o êxodo do campo para a cidade.
A senadora participou nesta manhã, no Sindicato dos Químicos em São Paulo, dos debates da jornada nacional em defesa da previdência. Ela elogiou a iniciativa da CUT e do Dieese que criaram o Aposentômetro, uma calculadora que mostra quanto tempo uma pessoa terá de trabalhar para se aposentar. Gleisi disse que apontar os efeitos nocivos e cruéis da reforma para as pessoas é mais fácil, porque elas entendem.
“No Congresso estamos mobilizados, mas é nas ruas que devemos conversar com as pessoas”, afirmou. A líder disse que dia 8 de março, dia da greve geral das mulheres, um evento das centrais sindicais será realizado às 17 horas em Brasília, com participação das deputadas e senadoras. “Vamos estar nas ruas e uma das questões é a Reforma da Previdência e Nenhum Direito a Menos para população e para as mulheres. Estamos na luta com vocês”.
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