O programa Entrevistas, da TV Senado, conversou com a presidenta da Comissão de Direitos Humanos CDH), Regina Sousa (PT-PI), pouco antes do início do recesso parlamentar. Em pauta, as atividades da Comissão, que promoveu 30 audiências públicas sobre diferentes temas, inclusive sobre as reformas, já que, como lembra a senadora, elas afetam a todos os brasileiros.
A grande carga de trabalho não assusta a senadora, que deixou claro que o objetivo da Comissão é “dar voz a quem não tem voz e dar visibilidade aos invisíveis”. Ela se disse feliz porque a participação popular na Comissão tem sido muito relevante. “A última sugestão que chegou é de uma menina do ensino médio, que propôs um tribunal para julgar políticos. Olhe que ideia interessante”, observou.
Regina Sousa se disse preocupada especialmente com o aumento da violência no País. “O medo está dominando a sociedade”, disse. Há casos de violência contra mulheres, indígenas, LGBTs, além de massacres no campo e nas cidades.
A falta de atenção de alguns partidos políticos com os Direitos Humanos incomoda a presidenta da comissão. Ela avalia que isso é uma demonstração clara de como esses partidos tratam o tema. Para se ter uma ideia, o bloco parlamentar Social Democrata ainda não indicou nenhum de seus membros para a comissão e, dessa forma, existe grande dificuldade em votar projetos terminativos por falta de quórum (número mínimo de parlamentares presentes). “O bloco do PSDB e do DEM não indicou um único membro até agora. Eles têm direito a oito cadeiras. Se não querem a vaga, abram mão”, recomendou.
Regina defende que os Direitos Humanos sejam uma causa de todos e que o respeito ao outro seja ensinado nas escolas. “As crianças precisam ser educadas a não agir com violência”, pediu.