Regina também criticou atuação da CPI do Carf, que pediu a convocação de Luis Cláudio Lula da Silva A senadora Regina Sousa (PT-PI), em pronunciamento nesta terça-feira (3), chamou atenção para a escolha da violência contra a mulher como tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano. Ela sublinhou que, além de fazer “7 milhões de cabeças” pensarem na gravidade do problema, a redação repercutiu na imprensa e nas redes sociais nos dias que se seguiram à prova.
Para Regina Sousa, o debate na sala de aula deve ser estendido a temas como racismo e igualdade de gênero para que as escolas resistam aos discursos conservadores. “Isso [o Enem] serviu de lição aos fundamentalistas, que trabalharam para retirar dos planos municipais de educação e dos planos estaduais a palavra “gênero”, porque agora, depois dessa redação, são os alunos que vão exigir que os temas da atualidade sejam debatidos. Tem que debater a igualdade racial sim, tem que debater homofobia sim, tem que debater intolerância religiosa. Eu acho que agora não há mais retorno na questão do debate, na sala de aula, de alguns temas contra os quais muita gente trabalha, principalmente o pessoal que é fundamentalista”, disse a senadora.
Regina defendeu ainda que a violência contra a mulher é uma vergonha para o País. “Uma em cada quatro mulheres é espancada, sofre violência doméstica”, ressaltou, Ela reclamou que não há dados e nem um banco de dados consistentes que reúna informações sobre o problema.
A senadora também criticou o texto da Lei Antiterrorismo votado na semana passada. Em sua avaliação, não se justifica a pressa para a votação do projeto, que demandaria um debate mais profundo. Regina Sousa considera que, da forma como foi levado à votação no Senado, qualquer ocupação de sem-terra pode ser classificada como “extremismo político”.
Foco errado
Regina criticou o andamento da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga irregularidades nos julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – conhecida como CPI do Carf. “A CPI está de posse da relação de pessoas que sonegaram R$19 bilhões deste País, mas nunca divulgou, nunca convocou ninguém para depor, banqueiro, grandes empresários. Não convocou ninguém, nem divulgou, apesar de estar com essa lista há muito tempo, porque são figurões do País, mas conseguiram incluir pessoas cuja investigação, se tiver que haver, não deve ser CPI do Carf, porque o foco é sonegação”, disse, esclarecendo que não há motivo para a comissão requerer o depoimento de Luis Cláudio, filho do ex-presidente Lula.
“Está virando prática jurídica, estratégia jurídica mexer com a família para atingir os seus alvos. Então, o que a gente percebe é que, para atingir o Lula, vale qualquer coisa”, reclamou a senadora.
Com informações da Agência Senado Federal
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