Fica cada vez mais clara, para a população, a incapacidade de governar de Jair Bolsonaro, que vive hoje seus maiores índices de rejeição desde que assumiu a Presidência da República. Segundo a mais nova pesquisa Datafolha, 53% das brasileiras e dos brasileiros dizem que seu governo é ruim ou péssimo, contra apenas 22% (31 pontos percentuais de diferença) que o aprovam e o consideram ótimo ou bom. Os que o julgam regular, somam 24%.
Em relação ao levantamento anterior, feito em julho passado, a rejeição a Bolsonaro subiu de 51% para 53%. Embora a variação esteja no limite da margem de erro, de 2%, o Datafolha frisa que o resultado evidencia uma tendência de alta na taxa dos brasileiros descontentes com o ex-capitão. Os índices de ruim e péssimo do atual presidente não param de subir e saltaram de 32%, em dezembro de 2020, para os atuais 53%, uma elevação de 21 pontos percentuais.
Avaliação de Jair Bolsonaro (em %)
Os números mostram que de nada adiantaram as tentativas de mostrar força, como o patético desfile de tanques na Esplanada em agosto, e as manifestações golpistas do 7 de Setembro. Para os brasileiros, é a agenda real que importa. Segundo o Datafolha, entre as razões para a crescente rejeição, estão a incapacidade de frear a pandemia, que já matou quase 600 mil brasileiros, a disparada da inflação — puxada pelo preço dos combustíveis e dos alimentos, ambos culpa da política econômica de Bolsonaro e Paulo Guedes — e a iminente crise energética, outro problema provocado pela má gestão do governo, que demorou para acionar as termelétricas.
A situação calamitosa em que Bolsonaro deixou o país faz com que ele comece a ser rejeitado por setores da sociedade que sempre foram suas principais bases de apoio, como os que ganham de 5 a 10 salários mínimos (nesse grupo a rejeição saltou de 41% para 50% em relação à pesquisa de junho), pessoas com mais de 60 anos (salto de 45% para 51%) e moradores das regiões Centro-Oeste e Norte (41% para 48%).
Entre os evangélicos, outro grupo que costumava apoiar o atual presidente, a rejeição não para de crescer. Desde janeiro, já subiu 11 pontos, e hoje está superior (41%) à sua aprovação (29%). Na rodada anterior da pesquisa, havia empate técnico (34% a 37%, respectivamente).
Lula é a esperança
Enquanto a máscara de Bolsonaro cai, a imagem de Lula se consolida cada vez mais como a da esperança por um Brasil melhor e recuperado. A nova pesquisa do Datafolha sobre o cenário eleitoral de 2022 mostra que Lula continua disparado como o preferido dos eleitores para ser o próximo presidente do Brasil. Se houvesse hoje um segundo turno entre os dois, o petista ganharia com folga do ex-capitão: 56% a 31%.
Não houve mudanças significativas entre este levantamento e o realizado em julho passado, com os nomes apresentando oscilando dentro da margem de erro. Em todas as simulações feitas, Lula vence tanto no primeiro turno quanto no segundo turno, sempre com folga, seja qual candidato concorra contra ele.