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Relatório aponta morte de 735 crianças indígenas em 2016

Principais causas dos óbitos foram falta de assistência e desnutrição grave
Relatório aponta morte de 735 crianças indígenas em 2016

Foto: Wilson Dias/ABr

Um número alarmante assolou o País em 2016: o alto número de óbitos de crianças indígenas. Foram 735, todas com menos de cinco anos de idade. O quadro é ainda mais grave somado aos 118 assassinatos de indígenas brasileiros. É o que aponta o relatório “Violência contra os povos indígenas no Brasil”, divulgado nessa quinta-feira (5), em Brasília.

A análise é elaborada anualmente pelo Conselho Indigenista Missionário, com base nos dados parciais da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei).

Entre as principais causas das mortes de crianças indígenas, está a falta de assistência e desnutrição grave. O maior número de óbitos ocorreu na área de abrangência do Dsei Yanomami, com 103 óbitos, seguido pelo Dsei Zavante (87).

O documento aponta ainda o aumento de alguns dos mais significativos tipos de violência e violação de direitos, como suicídio, assassinato e omissão. No ano passado, por exemplo, foram registrados 13 casos de violência sexual praticados contra indígenas – muitas delas crianças e adolescentes vítimas de exploração. Os casos estão distribuídos nos estados de Mato Grosso do Sul (4), Roraima (4), Paraná (2), Acre (1), Rio Grande do Sul (1) e São Paulo (1).

O texto também aponta que o incremento da violência responde, entre outros motivos, aos inflamados pronunciamentos de representantes do poder público, que menosprezam os direitos dos povos tradicionais, incentivando agricultores a utilizarem quaisquer meios para deter as iniciativas historicamente desrespeitadas.

“Não bastasse o racismo que lamentavelmente perdura na sociedade brasileira, a intolerância estimulada publicamente tem posicionado os povos indígenas como ameaças e tem gerado agressões ainda mais brutais”, diz o relatório.

Clique aqui e baixe o “Violência contra os povos indígenas no Brasil”

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