Renan Calheiros e Breno Altman contestam ex-contadora de doleiro

De concreto até o momento, além da frustração dos parlamentares que esperavam o aporte de informações novas nas investigações da CPMI da Petrobras, o que restou foi que a contadora Meire Poza desmentiu formalmente a reportagem de capa da revista Veja publicada às vésperas do 1º turno. Naquela edição, a revista editou entrevista com a contadora, na qual ela incriminava parlamentares de dirigentes partidários – todos da base de apoio à presidenta Dilma. A chamada de capa empregada pela revista, citando “malas de dinheiro”, para ela, é “fantasiosa”; sobre a suspeita envolvendo o diretor financeiro do PT, João Vaccari Neto, numa intrincada operação de venda de títulos de previdência provada, ela disse aos parlamentares: “"Eu não disse o que Veja colocou. Não disse que Youssef tinha ascendência sobre prefeituras do PT".

Mas outros dois trechos do depoimento da contadora do doleiro Alberto Yousseff, os que incrimina o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o jornalista e amigo do ex-ministro José Dirceu, Breno Altman, geraram polêmica – e imediatos desmentidos.

Em nota divulgada à imprensa, Renan Calheiros afirma que “não conhece a pessoa mencionada no noticiário como ‘doleiro’ Alberto Youssef e que só soube da existência do mesmo após as informações publicadas pelos jornais”. Incisivo, o presidente do Senado reafirmou “que nunca esteve, agendou conversas e nunca ouviu falar de Alberto Youssef e de sua contadora”.

Já Breno Altman classificou como “fantasiosas” as declarações de Poza, que o envolve em eventuais pagamentos da multa de Enivaldo Quadrado no processo do mensalão. Altman conhece Quadrado desde os anos 90 e reuniu-se duas vezes com Meire Poza em busca de orientação contábil. Colocando-se à disposição da CPMI para depor e desmentir a contadora, ele pretende questionar Meire Poza na Justiça: “Pedi a meu advogado que analisasse o depoimento da contadora na CPI da Petrobrás, de sorte a tomar medidas jurídicas cabíveis”, diz ele na nota.

Leia, abaixo, a íntegra da nota do jornalista Breno Altman.

Nota à imprensa

1. Tenho relações pessoais com o sr. Enivaldo Quadrado desde os anos 90.

2. Ele veio a minha casa duas vezes acompanhado da sra. Meire Poza, a quem me apresentou como sua amiga e contadora. O motivo desse encontro, solicitado por mim, foi obter assessoria contábil para exportação de serviços, pois realizo – como jornalista e consultor – muitas atividades no exterior.

3. As declarações da sra. Meire Poza sobre eventuais pagamentos da multa de Enivaldo Quadrado no processo do mensalão, envolvendo meu nome, são fantasiosas. Fico curioso para saber quais as razões dessas invenções e a que interesses atende.

4. Pedi a meu advogado que analisasse o depoimento da contadora na CPI da Petrobrás, de sorte a tomar medidas jurídicas cabíveis.

5. Acrescento ainda que me coloco à disposição do presidente do Congresso Nacional para depor quando for convidado.

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