Com o objetivo de buscar alternativas para diminuir a pobreza extrema e a crescente desigualdade no país, foi lançada, nessa terça-feira (21), no Congresso Nacional, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Renda Básica. A iniciativa, encabeçada por 215 deputados e senadores, conta com o apoio de mais de 160 organizações da sociedade civil.
Coordenador da Frente no Nordeste, o senador Humberto Costa (PT-PE) avalia a proposta como uma das mais importantes dessa legislatura e acredita que o projeto pode mudar o rumo da economia no Brasil, que sofre com os impactos da pandemia do novo coronavírus. Levantamento realizado pelo IBGE calcula que cerca de 7,8 milhões de postos de trabalho foram fechados até o mês de maio.
“Ao final dessa pandemia, certamente vamos estar diante de um quadro de extrema gravidade do ponto de vista sanitário, social, político e econômico, milhões de pessoas desempregadas, com a informalidade crescendo aos olhos vistos”, aponta o senador.
Para Humberto, é fundamental discutir essa proposta. “Temos que construir um caminho novo e, sem dúvida, a grande base é o Bolsa Família, programa que é reconhecido internacionalmente pelo sucesso na transferência de renda. A nossa principal preocupação deve ser enfrentar o problema da pobreza extrema nesse novo cenário, mas assegurando conquistas já garantidas da população, formatando uma proposta com uma característica mais ampla e universal”, afirmou.
Atualmente, 64 milhões de pessoas, incluindo parte dos beneficiários do Bolsa Família, recebem o Auxílio Emergencial de R$ 600. O valor inicial previsto pelo governo Bolsonaro era de R$ 200, mas graças à mobilização social e dos parlamentares o valor chegou aos atuais R$ 600.
“A pandemia não só escancarou as desigualdades no Brasil, mas acelerou a urgência deste debate. O auxílio emergencial tem sido fundamental, mas logo acabará e precisamos pensar numa solução definitiva para que milhões de famílias não sejam novamente jogadas na extrema pobreza”, explicou o senador Jaques Wagner (PT-BA).