Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Esquema no INSS foi gestado no governo Temer e cresceu sob Bolsonaro
A Comissão Parlamentar de Inquérito do INSS ouviu nesta segunda-feira (27/10) o ex-diretor de Integridade, Governança e Inovação da autarquia, Alexandre Guimarães, investigado pela Polícia Federal no âmbito da Operação Sem Desconto, que apura fraudes em benefícios de aposentados e pensionistas.
Guimarães trabalhou no INSS nos governos Temer e Bolsonaro, atuando como responsável por atestar a regularidade de acordos de cooperação técnica (ACT’s). Ele é proprietário da Vênus Consultoria, que recebeu recursos do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, apontado como figura central na criação de entidades fantasma, que firmavam acordos com o INSS e eram autorizadas a descontar valores dos benefícios.
Contexto das Acusações
Alexandre Guimarães, que foi demitido logo no início do governo Lula, em 2023, é alvo de um processo administrativo na CGU e teve a prisão preventiva solicitada pela CPMI. Seus bens e ativos financeiros, assim como os de sua empresa, foram bloqueados judicialmente.
As investigações da Polícia Federal indicam um fluxo financeiro suspeito entre Guimarães e empresas ligadas a Camilo Antunes. A Vênus Consultoria recebeu mais de R$ 2 milhões de empresas de Antunes.
A trajetória de Guimarães, que teve início no governo Temer, vicejou na administração Bolsonaro, e foi estancada pelo presidente Lula. O deputado Rogério Correia (PT-MG) lembrou que o Alexandre Guimarães foi indicado pelo deputado André Moura, líder do governo Temer, conhecido como ‘dono do INSS’.
“Há uma ligação clara de uma quadrilha que veio do governo Temer, passou por todo o governo de Jair Bolsonaro, e nada foi feito para se apurar. Agora, o Presidente Lula está o devolvendo o recurso – já foram devolvidos mais de 2 bilhões para mais de 2 milhões de aposentados. E, além disso, o Presidente colocou a Controladoria-Geral da União, como não tinha sido feito no passado, e também a Polícia Federal, o que Bolsonaro não fez, para investigar esse caso”, sintetizou o deputado.
Em resposta ao deputado Paulo Pimenta (PT-RS), Guimarães reconheceu ter sido apoiadador de Bolsonaro. “Todos os personagens que apareceram aqui sem exceção exerciam alguma função de comando no INSS no governo Bolsonaro”, acrescentou Pimenta.



