Fátima: eles [golpistas] estão percebendo que, a cada dia, perde força esse golpe travestido de pedido de impeachmentA senadora Fátima Bezerra (PT-RN) disse, nesta segunda-feira (6), em plenário, que a restrição a viagens imposta a presidenta eleita Dilma Rousseff, pelo presidente biônico Michel Temer, representa o medo que o golpista tem de a presidenta Dilma se encontrar com a população.
Na última sexta-feira, foi divulgada a informação de que a Casa Civil do governo interino, chefiada por Eliseu Padilha, restringiu o deslocamento da presidente entre Brasília e Porto Alegre, utilizando aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).
“O presidente interino está lá no Palácio. Agora, a presidenta Dilma, cada vez mais, vem sendo convidada pela população, e está no seu direito aceitar o convite e travar o diálogo com a sociedade, com a população, até porque é um direito que essa mulher tem de se defender”, disse a senadora.
Outro ponto que demonstra o desespero dos golpistas, segundo Fátima, é a tentativa de se envolver a presidenta Dilma nas investigações da operação Lava Jato, sem que tenha se apresentado nenhuma prova contra ela. De acordo com a senadora, o governo interino está desesperado por perceber que “essa farsa está sendo desmascarada”.
“Eles estão percebendo que, a cada dia, perde força esse golpe travestido de pedido de impeachment, não só em relação à população, como também aqui, no âmbito do Senado Federal. Isso sem falar também na opinião pública internacional, que continua se manifestando contrariamente de forma crescente ao pedido de impeachment contra a presidenta Dilma”, relatou.
A senadora Fátima disse ainda que os decretos de suplementação orçamentária, contidos como motivos para afastamento da presidenta, são apenas desculpas, meros artifícios para colocar em prática um golpe que começou a ser tramado no dia seguinte à vitória da presidenta Dilma. A verdadeira razão por trás do golpe seria o medo do avanço da operação Lava Jato nos caciques do PMDB.
“Será que é essa a verdadeira razão que está por trás desse açodamento, de tratorar os trabalhos na Comissão, de transformá-la num tribunal de exceção, de concluir essa farsa política e afastar definitivamente a presidenta, aniquilando o direito de defesa que ela tem? Será que não é esse o pavor que está por trás de determinados figurões da política, atolados até o pescoço em denúncias de corrupção, com medo de que as investigações cheguem até eles?”, questionou. “Isso é um escárnio. Nós não podemos permitir isso, de maneira alguma”, emendou.
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