Rio+20: Mundo sustentável depende da atuação da mulher

“Um mundo sustentável implica incluir as mulheres em todas as esferas. Significa mulheres receberem o mesmo salário dos homens”. Assim ressaltou a ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, em sua exposição no Fórum de Líderes sobre o Futuro que as Mulheres Querem: Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres para o Desenvolvimento Sustentável, realizada nesta terça-feira (19/06). As perspectivas feminista e de direitos das mulheres ganharam destaque nas manifestações e debates da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20. “Se quisermos construir um Brasil sustentável, é fundamental considerar a presença da mulher”, completou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, presente também ao evento.

Estas duas falas resumem o principal objetivo do trabalho que vem sendo desenvolvido pela senadora Ana Rita (PT-ES), à frente de questões de gênero no Congresso Nacional. Para a senadora, que também participou do debate, o papel de destaque na sociedade cada vez mais conquistado pela mulher demonstra a importância de sua atuação em questões como o meio ambiente e sustentabilidade. “A mulher está presente nos espaços de poder, no mundo do trabalho, é maioria da população brasileira e tem um caráter mais determinado, não fica apenas no discurso, ela realiza”, afirmou Ana Rita.

Sustentabilidade e igualdade

De acordo com a senadora Ana Rita, o Fórum de Líderes debateu a importância das mulheres para a construção de um mundo sustentável e como ela pode influenciar de maneira decisiva o atual modelo de produção e consumo. Durante o debate, ficou claro que o futuro realmente sustentável depende da superação das desigualdades entre homens e mulheres, da erradicação da pobreza e da miséria, que atinge principalmente as mulheres negras e indígenas, da garantia dos direitos humanos e do empoderamento das mulheres no acesso ao emprego, à terra, aos recursos naturais e à biodiversidade, à alimentação e ao poder.

Ao lembrar o histórico de mobilização e ativismo dos movimentos de mulheres e feministas, a ministra Menicucci afirmou que, desde 1992, quando da realização da Eco 92, as mulheres passaram a influenciar de maneira contundente em diversos fóruns internacionais. “Falar em um mundo sustentável é, necessariamente, falar de um mundo que assegure direitos, igualdade e autonomia para todas as mulheres. Construir um mundo calcado no desenvolvimento sustentável implica incluir as mulheres em todos os setores e esferas da vida social, econômica e política”, avaliou.

De acordo com a ministra, desenvolvimento sustentável “significa crescer com as mulheres trabalhando e recebendo salários iguais aos que os  homens  recebem, significa reconhecer o trabalho doméstico remunerado e não-remunerado como trabalho produtivo, e finalmente proteger e garantir que as crianças, adolescentes e mulheres vivam sem violência”, frisou.

Acordo

AgenciaBrasil190612_MAC6734

Durante o Fórum, o governo brasileiro e a ONU Mulheres – Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres – firmaram um acordo, que estabelece a cooperação Sul-Sul. O acordo visa fazer avançar a igualdade de gênero e a condução por parte das mulheres de programas voltados para ações de paz, segurança e proteção social. Para a execução dos programas, o governo brasileiro doou US$ 3 milhões. O documento foi assinado pela diretora-executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet, e o ministro Marco Farani, da Agência Brasileira de Cooperação (ABC).

Para Michelle Bachelet, “desenvolvimento sustentável exige direitos iguais. A Rio+20 mostra que a participação das mulheres é essencial”. Ela animou o público para enfrentar a violência contra as mulheres e completou: “O mundo necessita de nós. Que o mundo nos ouça”.

O documento final da Conferência Rio + 20, que deverá ser divulgado  oficialmente nesta quarta-feira (20/06), vai pormenorizar as ações para a superação da  desigualdade de gênero.

Hoje à tarde, Ana Rita vai participar também da Marcha dos Movimentos Sociais, ponto alto da Cúpula dos Povos. “Essa Marcha vai destacar a importância da sustentabilidade do planeta. Será a vez da sociedade dar a sua opinião sobre o que é melhor para mundo”, afirmou a senadora.

 

Eunice Pinheiro com informações da Secretaria de Políticas para as Mulheres – SPM

Fotos: Agência Brasil

 

Ouça a íntegra da entrevista da senadora Ana Rita

Veja a galeria de fotos do evento 

Veja a galeria de fotos das manifestações das mulheres

 

To top