Alessandro Dantas

Rogério Carvalho listou série de ações do governo Lula na gestão dos preços dos alimentos
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) ocupou a tribuna do Senado Federal nesta quarta-feira (12/3) para abordar um dos temas mais sensíveis para a população brasileira: o preço dos alimentos. Em seu discurso, o líder do PT no Senado ressaltou que, apesar das distorções propagadas pela oposição, a inflação alimentar apresenta uma trajetória de desaceleração, fruto das medidas assertivas do governo federal.
O parlamentar apresentou dados concretos que comprovam a tendência de redução da inflação alimentar, contrariando as narrativas alarmistas. Segundo Rogério Carvalho, a inflação dos alimentos no domicílio caiu de 8,6% para 7,1% no acumulado dos últimos 12 meses, um reflexo das políticas públicas implementadas para garantir a segurança alimentar da população.
“Os resultados de nossa gestão já são incontestáveis: a inflação de alimentos no domicílio caiu de 8,6% para 7,1% no acumulado dos últimos 12 meses, evidenciando uma tendência consistente de desaceleração, fruto direto das políticas públicas que implementamos”, afirmou.
O senador ainda desmentiu a tese de que o Brasil estaria enfrentando um problema fiscal, reforçando que os fatores que pressionam o preço de alguns alimentos são fenômenos globais e temporários.
“Não estamos diante de um problema fiscal, como insiste erroneamente a oposição, mas sim de fatores externos que impactam momentaneamente a cadeia produtiva alimentar mundial.”
Fatores climáticos e demanda global influenciam preços de produtos específicos
Rogério Carvalho explicou que, apesar da tendência de queda da inflação alimentar, alguns produtos ainda sofrem pressões devido a fatores como eventos climáticos extremos e aumento da demanda global.
Ele citou as enchentes no Rio Grande do Sul e a seca severa no Norte do país que reduziram a produção agrícola impactando diretamente o abastecimento e os preços de itens como café, ovos e laranja.
“No caso específico da laranja, os pomares de São Paulo e dos Estados Unidos foram severamente afetados por pragas, reduzindo drasticamente a oferta. Sendo o Brasil o maior produtor mundial de suco de laranja, essa escassez na produção inevitavelmente elevou os preços”, revelou.
Além disso, o líder do PT no Senado destacou que o sucesso da política de exportações do Brasil tem impulsionado a balança comercial, mas também pressionado alguns preços internos.
“O café exemplifica perfeitamente essa situação: a China, que até 2009 consumia apenas 300 mil sacas anuais, elevou sua demanda para impressionantes 6 milhões de sacas entre 2023 e 2024. Essa mudança no padrão global de consumo pressiona naturalmente os preços domésticos”, apontou.
Outro fator citado foi a variação cambial, que impacta os preços de alimentos comercializados globalmente. Com o dólar oscilando na faixa de R$ 5,80 a R$ 5,85, o custo de produtos essenciais também sofre alterações.
Medidas estruturais garantem estabilidade nos preços
Ainda em seu pronunciamento, Rogério Carvalho garantiu que o governo federal tem adotado uma série de medidas para mitigar os impactos da inflação alimentar, tanto em caráter estrutural quanto emergencial.
Entre as ações estruturais, Rogério Carvalho destacou:
• Redução do desmatamento da Amazônia em 30,63%, contribuindo para a estabilidade do regime de chuvas essencial à agricultura.
• Isenção de tributos sobre a cesta básica na Reforma Tributária, garantindo maior acesso da população a alimentos essenciais.
• Investimento na Embrapa de R$ 4,23 bilhões em 2024, priorizando pesquisas para culturas mais resistentes às mudanças climáticas.
• Fomento à produção nacional de fertilizantes e bioinsumos, reduzindo custos para os produtores.
No campo das medidas emergenciais, o senador detalhou que governo adotou ações diretas para ampliar a oferta e reduzir preços, como:
• Ampliação do Sistema Brasileiro de Inspeção para 3.000 municípios, facilitando a circulação de produtos agropecuários.
• Reativação da Conab para intervir no mercado e garantir a estabilidade dos preços.
• Zeragem das tarifas de importação de itens essenciais, como carne, café, açúcar, milho, óleo de girassol, azeite de oliva e massas alimentícias.
“Implementamos medidas concretas e imediatas para ampliar a oferta e reduzir os preços dos alimentos. A redução de tarifas de importação anunciada pelo vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços é um exemplo claro desse esforço”, afirmou o senador.
Além disso, ele acrescentou que o governo está destinando recursos do Plano Safra para culturas estratégicas, como óleos vegetais, com expectativa de impacto positivo nos preços ainda neste ano.
Compromisso com a responsabilidade fiscal e crescimento econômico
Rebatendo as críticas da oposição sobre a condução da economia, o líder do PT no Senado reforçou que as ações do governo são implementadas com rigorosa responsabilidade fiscal.
“Nosso governo conseguiu o extraordinário feito de reduzir o déficit de -2,1% em 2023 para praticamente zero (-0,1%) em 2024, um esforço fiscal reconhecido pelo próprio Fundo Monetário Internacional como o quarto maior do mundo”, comentou.
Os números da economia brasileira, ainda segundo ele, também demonstram a eficácia das políticas do governo:
• Crescimento econômico de 3,4% em 2024, superando todas as previsões do mercado.
• Criação de 3,2 milhões de empregos formais, reduzindo o desemprego para 6,2%, a menor taxa em mais de uma década.
• Aumento da renda dos trabalhadores em 4,3%, garantindo poder de compra superior à inflação.
“Este é um crescimento com inclusão social. Em 90% das negociações salariais, os trabalhadores obtiveram ganhos reais. Estamos garantindo que a prosperidade chegue a todos os brasileiros”, reforçou.
”Inflação alimentar continuará desacelerando”
O líder do PT enfatizou que a tendência de queda da inflação alimentar deve se consolidar nos próximos meses, especialmente para culturas de ciclo curto. No entanto, produtos como café e laranja, que exigem um tempo maior para recuperação da oferta, ainda podem apresentar variações de preços temporárias.
Com isso, ele ressaltou que o governo não trabalha com intervenção artificial de preços, mas com políticas públicas que estimulam a produção, facilitam a distribuição e protegem a população vulnerável.
“O problema da inflação de alimentos não reside nos fundamentos macroeconômicos de nossa nação. É um fenômeno global, sofrido por diversas nações, e que o Brasil está enfrentando com seriedade e competência”, explicou.
Por fim, o senador Rogério Carvalho fez questão de comparar a atual gestão com o governo anterior, enfatizando que a inflação alimentar, que hoje gira em torno de 4% ao ano, é três vezes menor do que a registrada na administração passada, que chegou a 50% no acumulado.
“Estamos enfrentando os verdadeiros desafios estruturais com seriedade e transparência. As medidas corajosas e estratégicas que implementamos já apresentam resultados expressivos e incontestáveis. Seguiremos trabalhando para garantir um Brasil justo, próspero e com segurança alimentar para todos”, concluiu.