Rogério faz balanço de missão aos EUA, defende soberania do Brasil e projeta avanços no Congresso no segundo semestre

Líder do PT no Senado Federal participou ao vivo do programa Mercado Aberto, do Canal UOL, nesta sexta-feira, 1º, e destacou os desdobramentos da crise com os Estados Unidos, os ganhos políticos para o governo Lula e as prioridades do Legislativo para o restante de 2025

Daniel Gomes/Assessoria de Comunicação

Rogério faz balanço de missão aos EUA, defende soberania do Brasil e projeta avanços no Congresso no segundo semestre

Condução responsável do governo vai minimizar danos de tarifaços, disse o senador

O senador Rogério Carvalho (PT/SE) concedeu entrevista ao vivo na manhã desta sexta-feira (1/8) ao programa Mercado Aberto, do Canal UOL, apresentado pela jornalista Amanda Klein, e, na oportunidade, fez um balanço da missão oficial de congressistas brasileiros a Washington, abordou os impactos da crise comercial com os Estados Unidos e comentou as expectativas para o segundo semestre legislativo, com foco na pauta econômica e na defesa da soberania nacional.

Segundo o senador, a missão foi marcada por reuniões reveladoras com parlamentares norte-americanos e representantes do setor empresarial. O centro da discussão foi a decisão do presidente Donald Trump de sobretaxar produtos brasileiros em até 50%. Rogério revelou que a reação dentro do próprio Congresso dos EUA foi de surpresa e insatisfação.

“Ficou claro que havia uma insatisfação com o entorno do gabinete do ex-presidente Donald Trump e, ao mesmo tempo, entre parlamentares com quem interagimos, uma discordância completa quanto aos motivos que levaram à decisão de sobretaxar o Brasil”, afirmou o senador.

De acordo com o líder do PT, diversos congressistas norte-americanos reconheceram que o Brasil tem sido um exemplo a ser seguido e consideraram a medida “fora de contexto e inadequada”. Ele citou que, na última quinta-feira, 31, por exemplo, os democratas pediram a votação de uma emenda ao projeto de Trump questionando a legalidade das tarifas impostas. “Haverá ainda novos desdobramentos. Acredito que a negociação só está começando agora”, disse.

Carvalho ressaltou, também, que o recuo parcial do governo norte-americano se deu por forte pressão de empresários de setores estratégicos — como o de suco de laranja, madeira e aeronáutica — que dependem diretamente da produção brasileira. “A demanda dos empresários é o que mais sensibiliza o presidente americano. Foi com base nisso que ele recuou da sobretaxação”, explicou o senador.

“A tentativa de usar tarifas como punição política e a agressão unilateral a um país democrático como o Brasil pesaram contra ele”, acrescentou.

Além disso, Carvalho elogiou a postura do governo brasileiro, que manteve o equilíbrio institucional sem recorrer a “bravatas”. Para ele, o episódio mostra que a condução responsável da política externa é capaz de produzir bons resultados. “Mesmo em situações tensas como essa, cabe à liderança do país manter a tranquilidade e continuar buscando os caminhos da negociação”, afirmou.

“Esses fatores, somados à postura equilibrada e negociadora do governo brasileiro, contribuíram para um resultado melhor do que o esperado neste dia 1º de agosto”, completou*

Ganhos políticos e fortalecimento do governo Lula

Ainda durante a entrevista, Rogério Carvalho destacou que o episódio proporcionou impactos positivos na política interna. Para ele, a crise foi uma oportunidade para o presidente Lula reforçar sua imagem de estadista e recuperar uma pauta importante: a soberania nacional.

“Uma crise como essa é uma oportunidade. Lula teve a chance de se posicionar como líder do país, mostrar sua postura e dialogar com as expectativas da população. Isso foi muito importante, assim como a questão da isenção do Imposto de Renda. A partir de agora, com certeza, a população estará mais atenta ao presidente e ao seu governo”, ressaltou.

Perspectivas para o segundo semestre no Congresso

No campo legislativo, o líder do PT projeta um segundo semestre mais focado e com menos turbulências, revelando que o ambiente tende a ser mais favorável à aprovação de pautas econômicas, como o encerramento da reforma tributária e o avanço de discussões sobre a reforma administrativa. “Acredito que o segundo semestre será um momento de conclusão do que foi iniciado no primeiro. Devemos ter mais unidade na defesa de questões estratégicas e de interesse nacional”, pontuou.

“Quando um país sofre uma agressão externa, deixamos de lado as pequenas divergências e nos unimos para defender nossa integridade — que, neste caso, é a nossa soberania”, reiterou.

Com isso, Carvalho completou informando que o governo Lula deve encaminhar ao Congresso propostas menos polêmicas, com foco na preservação dos interesses do Brasil. “O cenário deve melhorar bastante, com mais racionalidade e menos ruído político”, concluiu.

Fonte: Assessoria de Comunicação

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