Rogério relata dificuldades em negociações com EUA mas crê em mudanças: “a sociedade americana vai cobrar”

Líder do PT no Senado foi um dos participantes de comitiva que tenta evitar sanções comerciais ao Brasil

Alessandro Dantas

Rogério relata dificuldades em negociações com EUA mas crê em mudanças: “a sociedade americana vai cobrar”

Rogério Carvalho fez balanço da viagem aos Estados Unidos

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) fez um balanço positivo da ida de senadores brasileiros aos Estados Unidos com o objetivo de abrir canais de negociação para evitar a imposição de tarifas aos produtos exportados pelo Brasil. Em entrevista ao canal Real Time, ele abordou os desafios nas relações bilaterais, em um momento que que o governo Donald Trump pretender retomar um cenário geopolítico bipolar, impactando diretamente as relações comerciais e diplomáticas com o Brasil e com o resto do mundo.

“Os EUA desejam estabelecer uma bipolaridade, enquanto o Brasil defende um mundo multipolar, onde os países se relacionam livremente, sem adesão a blocos, e de acordo com seus próprios interesses”, frisou.

Essa visão, segundo o senador, é fundamental para que o Brasil não abra mão de sua soberania e dos interesses do povo brasileiro, sem fazer adesão a nenhum campo, “a não ser o da paz, dos direitos humanos e da autodeterminação dos povos”.

O senador concluiu que, mesmo que a posição americana não mude no curto prazo, a população dos Estados Unidos pode vir a “cobrar essa fatura com o tempo”, já que é inviável substituir produtos brasileiros essenciais como café, laranja, aço e madeira, o que poderia gerar aumento de preços no mercado americano.

Rogério reconheceu as dificuldades de negociar, a despeito dos esforços do governo Lula, com o envolvimento do vice-presidente Geraldo Alckmin e do Ministério das Relações Exteriores. “Mesmo conversando com interlocutores adequados, a gente não consegue chegar a quem decide, porque não se trata de uma questão comercial, mas política”, afirmou.

No entanto, o senador destacou a recepção positiva por parte dos empresários americanos que possuem negócios com o Brasil e das empresas brasileiras atuantes nos EUA. A pedido da missão brasileira, os americanos entregarão uma carta conjunta solicitando o adiamento de medidas tarifárias.

“Parlamentares, tanto democratas quanto republicanos, veem o Brasil como um exemplo de parceiro que os EUA deveriam buscar e consideraram absurdo usar tarifas como arma política para beneficiar Jair Bolsonaro, desvinculando a questão de qualquer lógica comercial”, afirmou.

To top