Em artigo publicado no site informativo Brasil 247, nesta segunda-feira (12), a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) comenta as manifestações recentes contra o governo golpista de Michel Temer, em particular as que ocuparam a avenida Paulista neste domingo (11). Mais uma vez, acusa Gleisi, a PM de Geraldo Alckmin, do PSDB, principal cúmplice de Temer no golpe parlamentar que cassou os votos dos eleitores que reelegeram Dilma Rousseff, em 2014, atuaram com a conhecida truculência. Mas a população não retrocedeu – e continuará nas ruas, prevê ela.
Leia, na íntegra, o que escreveu a senadora:
Povo nas ruas pede fim do governo mini, mini, mini – Gleisi Hoffmann
Definitivamente, Michel Temer não vai ter sossego. O presidente usurpador, que patrocinou o golpe parlamentar para derrubar do poder uma mulher eleita com mais de 54 milhões de votos, começou a sentir o gosto amargo da sua aventura golpista. A cada dia, mais e mais brasileiros enchem as ruas em protesto porque, assustados, estão tomando consciência do verdadeiro objetivo da farsa montada no Congresso – a retirada dos direitos da população mais pobre e a entrega das nossas riquezas ao capital estrangeiro.
Aliás, pensando bem, não é de hoje que Temer enfrenta a voz rouca das ruas. Ainda durante a interinidade, ao ser vaiado na abertura das Olimpíadas, ele pôde constatar “in loco” como os cidadãos estão reagindo a seu governo sem credibilidade. O mesmo aconteceu, já como presidente “de fato”, no Desfile de 7 de Setembro e, de forma mais estrondosa, na abertura da Paralimpíada.
A ficha do presidente está caindo diante do que se vê nas ruas, como a insatisfação das 100 mil pessoas que lotaram a Paulista no dia 4 para pedir “Fora Temer” e “Diretas Já”. Ontem, a festa democrática voltou a se repetir na avenida, com 60 mil pessoas denunciando o governo golpista. A ficha de Temer cai porque ele está sendo obrigado a rever sua míope visão da realidade. Antes, teve a infeliz ideia de dizer que o “movimentozinho” era de “40 pessoas que quebram carro”. A avaliação sem cabimento foi reforçada, inclusive, pelo comentário não menos inapropriado do ministro das Relações Exteriores, José Serra, que classificou as manifestações de uma semana atrás de “mini, mini, mini”. Realmente, os dois estavam em fusos horários diferentes.
Mas o que se pergunta agora é: O que vão fazer, senhores? Vão querer calar a voz do povo recorrendo à violência da PM do governo Geraldo Alckmin (PSDB), que ontem deu mais uma triste e vergonhosa demonstração de arbitrariedade, ao encurralar jovens para revistá-los e deter manifestantes por portarem máscaras?
Neste sábado, em entrevista ao jornal Proceso, do México, a ex-presidenta Dilma Rousseff, além de voltar a denunciar o golpe parlamentar de que foi vítima, também previu o aumento da “revolta popular” por parte dos brasileiros e também da repressão. E ela explica o motivo da truculência policial: “Porque os que tomaram o poder ilegalmente não suportam que sua verdadeira natureza de golpistas seja revelada ante os olhos do Brasil e do mundo”, afirmou Dilma.
E qual a verdadeira natureza dos golpistas? Ora! Ela está estampada na cara do presidente e de seus ministros: limitar os gastos sociais à correção da inflação, independentemente do aumento populacional; obrigar os brasileiros a se aposentarem mais tarde, mesmo aqueles que começam a trabalhar bem cedo e exercem dupla jornada, como as mulheres; mexer nas leis trabalhistas, inclusive com estranhas e preocupantes propostas de alterações nas regras do FGTS e na jornada de trabalho; ou ainda entregar a Petrobras para grandes grupos internacionais.
Presidente, como disse no início, o senhor não terá sossego. O povo continuará nas ruas enquanto seu governo golpista perdurar.
Fora Temer! Diretas Já!