Não foi por falta de aviso. A “assembleia geral de bandidos presidida por um bandido” que deu o golpe ruma ao seu destino natural: a cadeia.
Com as gravações de Sérgio Machado, todos, inclusive os tutores do golpe, a mídia antidemocrática e o capital antinacional, sabiam muito bem que o impeachment sem crime algum se destinava a salvar uma associação de corruptos da pior espécie. Mesmo assim, insistiram na farsa jurídica e política que afastou a presidenta honesta.
Ironicamente, contra os golpistas que mobilizaram o país “contra a corrupção” há provas concretas e irrefutáveis de corrupção: contas no exterior, gravações, filmagens, etc. Contra Lula e Dilma não há nada, apenas o “disse me disse” de delatores desesperados e as “convicções” de procuradores “partidarizados”. O golpe foi feito por uma corja. Seus principais atores, Aécio, Cunha, Temer, revelam-se escroques da pior espécie.
Essa corja destruiu a democracia, as instituições e o sistema de representação em nome da implantação de um projeto ultraneoliberal que sacrifica os empregos dos brasileiros, o patrimônio público, os direitos dos trabalhadores, a economia nacional e o futuro do Brasil.
O golpismo e o golpe destruíram o Brasil. A crise política sobredeterminou e sobredetermina tudo.
Caso tivéssemos tido um clima de normalidade política e democrática, a crise econômica já teria sido superada, mesmo com todos os erros de política econômica, em 2015. Se Dilma tivesse de fato governado, o que não ocorreu, haveríamos sofrido uma contração de cerca de 1% do PIB, em 2015, como era a previsão do mercado, e, em 2016, já teríamos iniciado a recuperação. Mas o golpe, turbinado pela Lava Jato messiânica e partidarizada, a qual foi responsável, sozinha, por uma queda de 2,5% do PIB, jogou o Brasil na lama da pior depressão da sua história.
Pior: comprometeu, com seu austericídio enlouquecido e seu entreguismo desavergonhado, os mecanismos de que o Estado dispunha para promover a recuperação da economia.
Mas tudo isso é leite derramado.
Não se pode falar mais em disputa de projetos, em “mortadelas” e “coxinhas”.
Trata-se agora de tentar salvar o Brasil. A crise política, que agora chega ao seu paroxismo, tem de ser contornada. Se essa crise não acabar ou não for controlada, a crise econômica e a destruição dos empregos vão continuar. Precisamos de um entendimento mínimo sobre como sair da crise. Como salvar o Brasil.
E a única maneira segura e definitiva de salvar o Brasil é a união em torno do voto popular, a fonte de legitimidade dos sistemas políticos numa democracia.
Sejamos claros: o sistema de representação e suas instituições faliram. Um mandato tampão, tocado por um indivíduo escolhido indiretamente por um parlamento sem nenhuma credibilidade, só vai agravar a crise. O mandato tampão poderá servir, de novo, apenas para tentar salvar corruptos em desespero. Não o Brasil. Corre-se o sério risco do país não chegar até 2018.
O Brasil precisa ser passado a limpo, sim. Mas isso não será feito por juízes e procuradores e nem por parlamentares comprometidos até a medula com Cunha e outros esquemas de corrupção.
Só voto popular pode passar o país a limpo. Só o voto popular pode superar a crise política. Só o voto popular salvará o Brasil.
Salvemos o Brasil. Diretas Já! E seja o que o povo quiser.