O SR, JORGE VIANA (Bloco/PT – AC. Pronuncia o seguinte discurso.) – Sr. Presidente, José Sarney, venho a tribuna desta nossa Casa do Senado Federal para primeiro agradecer os gestos, as atitudes de solidariedade com o povo do Acre nesse momento de extrema dificuldade porque estamos passando.
Todos esses dias, mesmo antes do carnaval, nós senadores estamos no Acre e nos defrontamos com o maior desastre natural da História do Acre. São 100 anos de existência do Acre e não se tem notícia de um ambiente de calamidade como nós estamos vivendo em algumas cidades acreanas, especialmente Brasiléia na fronteira com a Bolívia e na Capital Rio Branco.
A situação só não é pior por conta de sermos moradores de rios e da experiência que acumulamos ao longo de anos e que vemos que criou-se uma maneira de agir conduzida, no caso,
O Governador Tião Viana, de manhã, à tarde e à noite está se dedicando a esse grave problema. Recebeu o apoio e a solidariedade da Presidente Dilma e de ministros do Governo, da Defesa Civil nacional, do Ministério da Defesa. E assim, juntos, acrianos e acrianas, estamos enfrentando esse momento de extrema dificuldade.
São números alarmantes. A decretação de calamidade
Os números são alarmantes porque o rio Acre transborda com catorze metros, e nós chegamos a ter
Quero dizer que, graças ao empenho do Governador Tião Viana, do Prefeito Raimundo Angelim, dos demais prefeitos, especialmente a Prefeita Leila, de Brasiléia, o caos não se estabeleceu no Acre, mas a decretação de calamidade pública com responsabilidade retrata bem o drama que o povo acriano, na parte do vale do Acre, vive hoje.
É com honra e satisfação que ouço o aparte do Senador Eduardo Braga, que também, como conhecedor, ainda há pouco se referia à cheia do rio Acre, que está atingindo a cidade de Boca do Acre, no Amazonas, na foz do Acre com o Purus, e, certamente, deverá ser a maior cheia de Boca do Acre da história. A Prefeita e a força de defesa civil nacional já estão socorrendo Boca do Acre, com a ajuda do Governador Tião Viana.
É com honra que ouço o aparte de V. Exª, Senador Eduardo Braga.
O Sr. Eduardo Braga (Bloco/PMDB – AM) – Senador Jorge Viana, eu peço o aparte de V. Exª para me solidarizar com o povo acreano diante desse momento de dor, de sofrimento, de angústia, diante de uma cheia inusitada no Estado do Acre. Sábado último passado, eu tive oportunidade de, conversando com o povo do interior do Amazonas, mais precisamente do Purus, ouvir o depoimento de uma senhora, que dizia o seguinte: contra a força da natureza, nada podemos fazer; mas, para amenizar a dor e o sofrimento do nosso povo os governos podem fazer muito. E é exatamente isso que V. Exª está dizendo neste momento da tribuna, que contra a força da natureza nada podemos fazer, mas, para amenizar o sofrimento do povo do Acre, do povo do Amazonas, no povo do Pará, do povo do Maranhão, que vão sofrer com essa enchente, é claro que o Governo Federal, os governos estaduais e os governos municipais podem muito fazer.
Quando Governador, enfrentei a maior seca do Estado do Amazonas e uma das maiores secas do Amazonas, em 2009. Implantamos, àquela altura, um cartão chamado SOS Enchente e, com esse cartão, atendemos 30 mil famílias que ficaram desabrigadas. O Governo do Amazonas distribuiu hoje, com recursos próprios do Estado, já para 11 mil famílias desabrigadas no Vale do Purus e no Vale do Juruá o cartão solidariedade do Governo do Estado do Amazonas. Nós estamos agora solidarizados com o Acre e aguardando as ações do Governo Federal para potencializar o socorro ao povo do Amazonas. Nossas solidariedades ao povo acreano e os nossos parabéns à ação do Governo do Estado, à ação do Governo Federal e dos governos municipais em socorro ao povo do Estado do Acre.
O SR. JORGE VIANA (Bloco/PT – AC) – Muito obrigado, Senador Eduardo Braga.
O SR. JOSÉ SARNEY (Bloco/PMDB – AP) – V. Exª me permite um aparte?
O SR. JORGE VIANA (Bloco/PT – AC) – Vou ouvir com muita honra o aparte do Presidente da nossa Casa, o Senador Sarney. Eu ainda há pouco conversava com ele. O Acre viveu duas outras grandes cheias, uma em 88 e outra em 97. Elas foram um pouco menores do que esta, atingiram menos gente. Naquela época, o Acre era isolado, em 88, não havia estrada para lugar nenhum, e o Presidente Sarney presidia o Brasil. Aconteceu um desastre natural com a cheia no Acre e em Petrópolis, no Rio de Janeiro. O Presidente Sarney, naquela época, deu um exemplo de amor pelo Brasil e de respeito pelo povo acreano: mudou as regras do jogo, alterou a liberação de recursos do FGTS, e fez um processo exemplar de reconstrução do desastre natural.
V. Exª, que, como Presidente, nos socorreu naquele período, sabe a importância que teve a reunião da bancada federal do Acre com os 11 Parlamentares, 3 Senadores (Senador Petecão, Senador Aníbal e eu) e os oito Deputados Federais que estamos juntos para buscar no Governo Federal o apoio que recebemos de V. Exª quando V. Exª presidia o Brasil.
É com satisfação que ouço o aparte do Presidente Sarney, que é Senador também da Amazônia.
O Sr. José Sarney (Bloco/PMDB – AP) – Eu vim ao plenário, Senador Jorge Viana para me congratular com a intervenção que V. Exª faz em defesa do povo do Estado do Acre. Ao mesmo tempo, para me solidarizar com toda a população daquela terra, com o governador, com todas as autoridades, com todos aqueles que estão sofrendo, porque realmente é uma tragédia. Sem dúvida alguma, é a maior enchente no Acre em todos os tempos. Eu me recordo que era Presidente da República quando houve uma enchente também no Acre e era Governador o Flaviano Melo. Nós também tivemos oportunidade de mandar socorrer o povo daquela terra com a construção de muitas casas, a infraestrutura para restaurar, e, ao mesmo tempo, abrindo crédito especial de modo a socorrer a população daquela unidade da Federação. Acredito que a Presidente Dilma, com o mesmo espírito de solidariedade vai, sem dúvida alguma, atender às solicitações da bancada e do povo da sua terra. Portanto, minha solidariedade e minhas congratulações com as palavras de V. Exª.
O SR. JORGE VIANA (Bloco/PT – AC) – Muito obrigado, Sr. Presidente, Presidente desta Casa e colega Senador José Sarney. Ainda hoje, na reunião da bancada, nós falávamos e lembrávamos a maneira como o governo federal, na época