Saúde vai avaliar políticas públicas de distribuição de medicamentos

Por ano, o Ministério  da Saúde investe R$ 9 bilhões na compra de remédios que são distribuídos pelo SUS.

O Ministério da Saúde vai fazer uma ampla análise sobre o consumo e acesso a medicamentos entre os brasileiros. A ideia é avaliar o impacto e a efetividade das políticas públicas de medicamentos no Brasil. O estudo, que será realizado em parceria com 11 universidades federais e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS),  vai ajudar a traçar as prioridades da Polícia Nacional de Assistência Farmacêutica no Sistema Único de Saúde (SUS). 35 mil residências de todos os estados brasileiros serão visitadas em 300 municípios brasileiros. Os resultados serão divulgados até o final de 2013.

Para o pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Sotero Serrate Mengue a avaliação vai permitir identificar o que, de fato, as pessoas estão precisando. “Vamos ter uma ideia se o que falta são medicamentos ou se é necessário criar uma política pública para ajudar a prescrição e o uso racional dos remédios já ofertados”, explicou. De acordo com o professor, devido ao detalhamento e a escala, a pesquisa representa um ponto de partida para reestruturação da política de medicamentos no país.

O Brasil está entre os 10 países que mais comercializam medicamentos. Por ano, o Ministério  da Saúde investe R$ 9 bilhões na compra de remédios que são distribuídos pelo SUS.

Denominado Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos (PNAUM), a avaliação vai expressar o acesso e o uso da população aos medicamentos, caracterizando as condições de saúde de seus usuários e de que forma são acessados. O estudo será dividido em dois componentes – inquérito e serviço – e também levará em consideração as variáveis demográficas, sociais, estilo de vida e morbidade dos participantes.

“A pesquisa vai nos ajudar a fortalecer a política de assistência farmacêutica no País e seus resultados irão permitir um melhor direcionamento das ações, garantindo cobertura mais ampla e eficaz dos medicamentos fornecidos pelo SUS”, explica o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Serviço 

O segundo componente da pesquisa vai avaliar o serviço prestado à população na Atenção Básica e o espaço onde o medicamento é prescrito: as unidades básicas de saúde e seus diferentes atores. Para essa etapa, serão entrevistadas quatro mil pessoas, 380 unidades, 800 profissionais de saúde e 135 coordenadores da assistência farmacêutica nos municípios. O questionário vai coletar informações sobre como é o atendimento prestado ao paciente, desde a prescrição e retirada do medicamento até o acompanhamento durante o tratamento nas unidades de saúde. Também serão analisadas as receitas médicas quanto à qualidade, letra, posologia e prescrição racional do uso do medicamento.

Os questionários que avaliam o componente serviço começam a ser aplicados ainda em novembro e  a pesquisa de campo deve durar cerca de três meses. Neste momento as universidades estão testando os instrumentos de pesquisa, para torná-los ainda mais rápidos e objetivos. Já o componente inquérito começa a ser aplicado no início do próximo ano.

Com informações do Ministério da Saúde

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