Se comprovada espionagem, foi por “interesses econômicos e estratégicos”

Às 17h25 desta segunda-feira (9), a presidente Dilma Rousseff divulgou nota oficial para condenar as novas revelações da imprensa sobre a espionagem norte-americana. Dilma afirmou que, se comprovadas as tentativas de conseguir informações confidenciais sobre a Petrobras, “fica evidenciado que o motivo das tentativas de violação não é a segurança ou o combate ao terrorismo, mas interesses econômicos e estratégicos”.

A presidente ainda reiterou que o governo brasileiro está empenhado em obter todos os esclarecimentos.

Confira a íntegra da nota:

Mais uma vez, vieram a público informações de que estamos sendo alvo de mais uma tentativa de violação de nossas comunicações e de nossos dados pela Agência Nacional de Segurança dos EUA. Inicialmente, as denúncias disseram respeito ao governo, às embaixadas e aos cidadãos – inclusive a essa Presidência. Agora, o alvo das tentativas, segundo as denúncias, é a Petrobras, maior empresa brasileira. Sem dúvida, a Petrobras não representa ameaça à segurança de qualquer país. Representa, sim, um dos maiores ativos de petróleo do mundo e um patrimônio do povo brasileiro.

Assim, se confirmados os fatos veiculados pela imprensa, fica evidenciado que o motivo das tentativas de violação e de espionagem não é a segurança ou o combate ao terrorismo, mas interesses econômicos e estratégicos.

Por isso, o governo brasileiro está empenhado em obter esclarecimentos do governo norte-americano sobre todas as violações eventualmente praticadas, bem como em exigir medidas concretas que afastem em definitivo a possibilidade de espionagem ofensiva aos direitos humanos, a nossa soberania e aos nossos interesses econômicos.

Tais tentativas de violação e espionagem de dados e informações são incompatíveis com a convivência democrática entre países amigos, sendo manifestamente ilegítimas. De nossa parte, tomaremos todas as medidas para proteger o país, o governo e suas empresas.

Dilma Rousseff

Presidenta da República Federativa do Brasil

To top