Cultura

Segue para sanção o Dia Nacional do Coco de Roda e da Ciranda, proposto pelo PT

Projeto apresentado na Câmara pelo deputado Luiz Couto (PT-PB) e relatado pela senadora Augusta Brito (PT-CE) é aprovado em decisão final na Comissão de Educação do Senado

Thiago Matine

Segue para sanção o Dia Nacional do Coco de Roda e da Ciranda, proposto pelo PT

Maria Madalena Correia do Nascimento, a Lia de Itamaracá, é dançarina, compositora e cantora de ciranda brasileira

Projeto de lei (PL 2.079/2023) do deputado Luiz Couto (PT-PB) foi aprovado na Comissão de Educação e Cultura do Senado para instituir o 26 de julho como Dia Nacional do Coco de Roda, da Ciranda e da Mazurca. A relatora da proposta foi a senadora Augusta Brito (PT-CE), que considera a instituição da data comemorativa um marco na valorização das referidas culturas populares e tradicionais do Brasil.

“O Coco de Roda, a Ciranda e a Mazurca não são apenas ritmos musicais. Eles são a representação de modos de vida extremamente enraizados no Nordeste e representam a riqueza da cultura popular brasileira. Esse projeto reafirma nosso compromisso com a valorização das manifestações culturais que preservam a memória, a identidade e a resistência do nosso povo”, afirmou a senadora.

O senador Paulo Paim (PT-RS) leu o relatório de Augusta na reunião em que o projeto foi aprovado e enviado à sanção presidencial. Ele destacou o que a data proposta no projeto representa.

“Além de reconhecer a importância histórica dessas manifestações, a data fortalece o compromisso com sua preservação e difusão, garantindo que continuem a ocupar um espaço significativo na identidade nacional. O coco de roda, a ciranda e a mazurca são manifestações culturais profundamente enraizadas nos modos de fazer e viver do povo brasileiro”, disse Paim.

O coco de roda, com forte presença no Nordeste – especialmente em Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte –, tem origem nos cantos de trabalho entoados pelos povos africanos escravizados, que os transformaram em forma de resistência e celebração. Sua estrutura musical, baseada em versos improvisados e em uma percussão marcada, tornou-se um símbolo da cultura popular, acompanhando festas, celebrações e momentos de lazer das comunidades.

A ciranda, tradicional da Zona da Mata Norte de Pernambuco e presente em outros estados do Nordeste, é caracterizada pela dança em roda, onde os participantes seguem os versos entoados por um mestre cirandeiro. De origem litorânea, a ciranda foi historicamente dançada por pescadores e agricultores durante momentos de confraternização.

Já a mazurca tem raízes europeias e chegou ao Brasil por meio dos colonizadores portugueses, ganhando novas características ao ser incorporada às tradições afro-brasileiras e indígenas. Com forte presença na região do Cariri, na Paraíba, se consolidou como um importante elemento das festividades e rituais das comunidades quilombolas e indígenas, sendo especialmente preservada por grupos tradicionais que mantêm viva a musicalidade e os passos de dança característicos dessa manifestação.

Capital Nacional da Renda de Bilro
Também relatado por Augusta Brito, projeto (PL 4.548) aprovado na Comissão de Educação concede a Aquiraz, no Ceará, o título de Capital Nacional da Renda de Bilro. O relatório foi outro lido pelo senador Paulo Paim, que apontou a importância da atividade para o município cearense.

“Com registros históricos que remontam ao período colonial, a produção artesanal, passada de geração em geração, está profundamente enraizada na cultura local, sendo uma importante fonte de renda para muitas famílias. Aquiraz abriga o Centro de Rendeiras Luíza Távora, espaço dedicado à preservação e à divulgação dessa tradição. Este reconhecimento tanto irá valorizar o trabalho das rendeiras quanto promover a preservação dessa tradição e impulsionar o turismo na região”, avaliou o senador.

A proposta segue para análise na Câmara dos Deputados caso não haja pedido para votação no plenário do Senado.

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