recorde diário

Sem ministro da Saúde, Brasil ultrapassa mil mortes diárias

Foram registrados 1.179 óbitos em 24 horas. Brasil tem 272.628 mil casos de Covid-19 e 17.971 mil mortos. País é o que cresce mais rapidamente em diagnósticos da doença. Diante de calamidade brasileira, presidente dos EUA, Donald Trump, afirma que estuda proibir voos provenientes do Brasil
Sem ministro da Saúde, Brasil ultrapassa mil mortes diárias

Foto: Fernando Crispim

Sem ministro ocupando a pasta da Saúde, o Brasil  bateu, nesta-terça-feira (19), mais um recorde de mortes por coronavírus. Nas últimas 24 horas, 1.179 pessoas morreram em decorrência de complicações causadas pela doença. O país já contabiliza 265.896 infectados, enquanto o mundo se aproxima dos 5 milhões de doentes. Em um dia, mais de 17 mil casos foram computados pelo Ministério da Saúde. Caminhando a passos largos para ocupar o topo do ranking global de infectados, o Brasil, cujo alarmante de número de infecções vem surpreendendo até especialistas mais pessimistas, preocupa governantes de países vizinhos e autoridades internacionais de saúde. Com 272.628 mil casos de Covid-19 e 17.971 mil mortos – descontado o silencioso exército de subnotificados – o país é o que cresce mais rapidamente em diagnósticos da doença. Outros países também acenderam o sinal de alerta na Região, como Equador, Chile, Peru e Colômbia, mas o Brasil exibe os piores indicadores da doença com folga.

Segundo despacho da agência Reuters, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta terça que o país considera impor uma proibição de viagens partindo do Brasil.”Estamos considerando isso”, disse Trump a repórteres na Casa Branca. “Não quero que as pessoas venham aqui e infectem o nosso povo. Também não quero pessoas doentes lá. Estamos ajudando o Brasil com ventiladores. O Brasil está com alguns problemas, sem dúvida”, acrescentou o “parceiro” negacionista de Bolsonaro.

O mundo olha para o país com espanto. Para se ter uma ideia do tamanho do problema das subnotificações, suspeita-se que o Brasil pode ter contribuído para a disseminação do coronavírus na região amazônica da Colômbia. Segundo informações da ‘Associated Press’, em Leticia, cidade que faz fronteira com Brasil e Peru, os casos saltaram de 105 para mais de mil em apenas duas semanas. Apesar dos militares que ocupam a fronteira, muitos moradores trabalham em um país e moram em outro. Dada a suspeita de que o país tem de 8 a 10 vezes mais casos do que os números oficiais indicam, o quadro é de catástrofe, com as mortes dando contornos de uma guerra à crise sanitária.

“A América Latina foi a última onda”, afirma o diretor de doenças transmissíveis da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Marcos Espinal, em depoimento à ‘AP News’. Para Espinal, a desigualdade social na região tem sido crucial para o desequilíbrio entre saúde e crescimento econômico, com milhões enfrentando um aumento da pobreza durante a pandemia.  Em escala mundial, o país ainda está atrás dos EUA, Russia e Espanha. A Russia registrou recentemente um aumento vigoroso dos casos e já possui quase 330 mil infectados, quase metade delas em Moscou. Mas, ao contrário do governo brasileiro, que caminha no escuro quanto ao real – ou mesmo aproximado – número de doentes, a Rússia aplicou 7,4 milhões de testes na população, pelo menos dez vezes mais do que o Brasil.

Enquanto explode o número de casos, o presidente Jair Bolsonaro segue desrespeitando recomendações das Nações Unidas e colocando em risco a saúde da população brasileira. Um de seus colaboradores, o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, anunciou nesta terça-feira (19) que testou positivo para o Covid-19. Torres já compareceu a uma manifestação ao lado do presidente, o que gerou reações indignadas de profissionais de saúde.

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