Crimes em nome da “liberdade de expressão” Duas revistas semanais se superaram neste final de semana em agressões gratuitas e falsidades vendidas como aos seus leitores como “jornalismo investigativo”.
Época publica mentira acerca do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), e com reconhecimento público de seu editor-chefe de que há de se ter um pé atrás sobre as informações caluniosas que traz nesta edição sobre o senador, que também é líder do governo.
Veja, mais uma vez, ocupa-se de injuriar sem estar informada acerca do que vende como informação – o que não chega a ser propriamente uma novidade.
A menção a Delcídio do Amaral é mais um crime que a imprensa brasileira comete em nome da “liberdade de expressão”.
Respondendo à pergunta específica no Twitter se “existem indícios consistentes sobre Delcídio?”, o editor-chefe da revista, Diego Escostesgui, respondeu:
“Não! Existe um relato…Agora, cabe aos procuradores investigarem e encontrar elementos, se é que eles existem, que corroborem isso”.
Ou seja, dane-se a reputação do mencionado. O pretenso cuidado que o mesmo editor-chefe diz que a revista segue não é adotado no texto sinuoso que incrimina o senador.
Pior: não há cuidado algum em tratar a citação do “relato”, tal como ele é: um pretenso relato, como tantos outros que foram transformados em notícia que nunca chegaram a se constituir em fato concreto. Nesse lodaçal de suposições, mentiras e insinuações, aos leitores e transmitida não só a presunção de culpa, mas também o julgamento e a sentença condenatória.
Veja repete nesta semana um erro primário do jornalismo que, em países desenvolvidos, como Estados Unidos, por exemplo, são transformados em multas milionárias contra o autor da mentira e os editores responsáveis.
A revista inventa que o governo federal está excluindo beneficiários do Programa Bolsa Família – uma arrematada bobagem elevada à condição de mentira, fruto da ignorância ou má-fé, ou ambos. “O Bolsa Família não sofreu corte no Orçamento, está integralmente preservado”, afirma a Nota de Esclarecimento assinada pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), nem de deixou de acompanhar a vida escolar das crianças das famílias beneficiadas – aliás, uma condição para continuar a receber o auxílio.
Por não ter nunca se interessado na inclusão social promovida desde 2003, os responsáveis pela revista desconhecem que, periodicamente, o MDS realiza o recadastramento dos beneficiários do Cadastro Único, principal instrumento de fiscalização e controle do Programa Bolsa Família. É por causa dessa ação preventiva, portanto, que o número de famílias beneficiadas cresce ou diminui – e não, como mente a revista, porque o governo cortou recursos do programa.
A seguir, a contraprova à mentira e o desafio para que publiquem a verdade são feitos estão presentes tanto na nota de esclarecimento distribuída neste sábado (12) pelo senador Delcídio do Amaral e pelo MDS.
Nota de Delcídio do Amaral
Esclarecimentos sobre matéria publicada hoje, na revista Época, dirigidos aos que tem apreço pela verdade.
O texto publicado pela revista traz uma narrativa baseada em diversas suposições sem qualquer elemento concreto do meu envolvimento com o tema que foi objeto da matéria, baseada numa suposta proposta de delação premiada, fragilizada, conforme admitido na reportagem pelos próprios procuradores e policiais federais envolvidos, o que demonstra tratar-se de algo não oficial e, portanto, sem qualquer validade legal.
Os supostos fatos relatados pela matéria são absolutamente inverossímeis tendo em vista que, em 2006, eu ainda presidia a CPMI dos Correios, ocasião em que era considerado “persona non grata” pelo governo, como a própria revista admite quando diz: “Delcídio também estava alquebrado em Brasília. Não pegara leve à frente dos trabalhos da CPI que investigara o mensalão…”, fato que também, por óbvio, inviabilizaria qualquer “ingerência” minha sobre diretores da Petrobras.
Em toda a matéria, não há (nem poderia haver) menção a qualquer importância por mim recebida indevidamente.
Não custa lembrar que, em recente investigação do Ministério Público Federal, o próprio Procurador-Geral da República considerou não existirem indícios mínimos de envolvimento do meu nome nos fatos investigados, o que determinou pedido de arquivamento da Procuradoria, acolhido integralmente pelo Supremo Tribunal Federal.
Finalizo com trechos da fala do próprio editor-chefe da revista numa sessão do Periscope, ontem à noite (quando anunciava a matéria), que dispensa comentários:
1 – Pergunta de uma internauta:
“Existem indícios consistentes sobre o Delcídio?”
Resposta do editor-chefe da revista:
“Não! Existe um relato… Agora, cabe aos procuradores investigarem e encontrar elementos, se é que eles existem, que corroborem isso.
2 – Trechos da fala do editor-chefe da revista sobre o método de trabalho da sua equipe para construir a matéria:
“…há muito mais inferências e ilações… do que relatos pormenorizados… é preciso, realmente, investigar isso mais a fundo…”
“… temos que ser responsáveis… tentamos ser sérios e lúcidos…”
NÃO CONSEGUIRAM!!!
Delcídio Amaral
Senador PT-MS
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Nota de esclarecimento do MDS
A revista Veja desta semana mente quando diz que o governo corta benefícios do Bolsa Família para fazer o ajuste fiscal. O Bolsa Família não sofreu corte no Orçamento, está integralmente preservado.
Veja erra quando diz que o número de famílias beneficiárias caiu para 13, 2 milhões. A folha de pagamento de setembro repassou benefícios para 13, 9 milhões de famílias. O número de beneficiários vem se mantendo estável desde 2012, com a saída de quem melhora de renda e a entrada de novas famílias.
O governo reafirma seu compromisso com o Bolsa Família e com as rotinas de controle, para que só recebam o benefício (em média R$ 167 mensais por família) os mais pobres, com renda de até R$ 154 por pessoa da família. Para manter o programa bem focalizado, o Ministério do Desenvolvimento Social promove todos os anos a atualização dos cadastros e o cruzamento com outras bases de dados da União.
Neste ano, foram cancelados cerca de 800 mil benefícios de famílias identificadas em cruzamento de bases de dados de salários e aposentadorias (INSS, RAIS e CAGED) com renda acima do que estabelece a lei. No mesmo período, número equivalente de novas famílias passaram a receber o bolsa. Esse movimento é semelhante ao registrado no ano passado, ano eleitoral. O “pente-fino” de que Veja reclama é, portanto, uma rotina de controle muito bem sucedida, Que vem sendo implementada desde 2009, e que garante o foco do programa e zela pelo bom uso dos recursos públicos. Esta tem sido inclusive a recomendação do TCU e órgãos de controle
Além disso e diferentemente do que diz a Veja, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome mantém desde 2006 rigorosamente o acompanhamento da freqüência de crianças e jovens às aulas mensalmente, de forma a garantir a presença dos alunos na escola.
O MDS reitera que o Bolsa Família está integralmente preservado de cortes no Orçamento. Neste ano, a previsão de gastos é de R$ 27,7 bilhões. Esse dinheiro vem mantendo milhares de famílias fora da miséria e, mais importante, garante acesso à educação, saúde e serviços.
A revista Veja poderia ter evitado o erro se tivesse procurado o ministério para checar as informações, como recomenda o bom jornalismo.