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Seminário discute desenvolvimento ambiental pós-pandemia

Proponente do evento, Jaques Wagner sugeriu criação de aliança internacional por uma vida sustentável
Seminário discute desenvolvimento ambiental pós-pandemia

Reprodução

Durante o seminário Propostas Globais para uma Recuperação Sustentável, realizado nesta segunda-feira (29), o senador Jaques Wagner (PT-BA) propôs a criação de uma aliança global pela sustentabilidade como um dos caminhos para a retomada da economia após a pandemia do coronavírus. Presidente da Subcomissão do Grande Impulso para a Sustentabilidade no Brasil, o parlamentar destacou que apenas uma frente internacional “com cabeças que saibam que o Planeta Terra não suporta mais tantos maus tratos será capaz de trabalhar por uma vida mais sustentável”.

“Eu creio que ou o mundo adota um novo modelo de desenvolvimento ou vamos ter crises, não só a crise da pandemia e de saúde, mas também de exclusão. Já se tem um estimativa de mais de 700 milhões de humanos no planeta vivendo abaixo da linha da pobreza. Com esse cenário, é fundamental fortalecermos essa frente internacional, que será formada por lideranças que lutam por um desenvolvimento que seja ecologicamente sustentável, socialmente justo e economicamente viável. E isto passa, obrigatoriamente, pela redução das desigualdades e pela preservação ambiental”, afirmou.

O evento foi promovido por Wagner e pela Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (CEPAL). Entre os convidados estavam a Secretária-Executiva da CEPAL, Alícia Bárcena; o diretor da CEPAL no Brasil, Carlos Mussi; a deputada americana Debra Haaland; o presidente da Comissão de Meio Ambiente do Parlamento Europeu, Pascal Canfin; e a ministra do Meio Ambiente do Chile, Carolina Schmidt. Participaram também da videoconferência Fabiano Contarato (Rede-ES), presidente da Comissão do Meio Ambiente; e os senadores Confúcio Moura (MDB-RO) e Styvenson Valentim (Podemos-RN), vice-presidente e relator, respectivamente, da Subcomissão do Grande Impulso para a Sustentabilidade no Brasil.

Agenda verde

Pascal Canfin, presidente da Comissão de Meio Ambiente do Parlamento Europeu, compartilhou as ações de uma “agenda verde”, ressaltando que a Europa já está em uma posição melhor na recuperação da Covid-19. “Alguns princípios guiam o nosso investimento. Nenhum recurso será destinado para projetos que causem danos ambientais, como o uso de combustíveis fósseis. Com isso, investimos em uma nova agenda”, afirmou. Segundo Canfin, há uma maturidade cultural nas instituições europeias em relação às mudanças climáticas. “Agora, essa preocupação está crescendo e é a prioridade número um para as novas gerações. Há também uma maturidade tecnológica sobre o tema, que pode servir de inspiração para a América Latina e o Brasil”.

A deputada Debra Haaland afirmou que estamos aprendendo com a pandemia o quanto o comportamento humano e as políticas do governo impactam no meio ambiente. “Ficamos em casa e as emissões diminuíram. Temos que aprender com isso. Vamos trabalhar por um novo Acordo Verde, investir na infraestrutura do país e cumprir os desafios do século 21. Precisamos reduzir as emissões de gases e investir em energia solar e em eficiência aquática e energética”, defendeu.

Para a ministra do Meio Ambiente do Chile, Carolina Schmidt, a recuperação verde e sustentável após a pandemia é um “assunto crucial” para todos os países. Como lembrou, a estratégia de resposta deve pensar na recuperação econômica, mas também se adiantar a novas crises, como as mudanças climáticas. “O aquecimento global não está em quarentena. Por isso, é necessário que os planos para a recuperação criem condições para estimular um círculo virtuoso para o crescimento econômico, com geração de empregos e transição justa para o estímulo de um desenvolvimento de baixo carbono e resiliente”, afirmou. Ela reforçou, ainda, que o aumento dos investimentos ambientais é um compromisso “ético e econômico”.

Para a Secretária-Executiva da CEPAL, a recuperação da economia tem que ser feita de maneira sustentável e verde. Ela destacou que o Brasil vem mostrando progresso na transição energética. “Com a expansão da força eólica, são milhares de empregos no Complexo do Aço, no Ceará; no trabalho sustentável com os indígenas, na Amazônia; e no trabalho agroflorestal realizado no Rio Grande do Sul”, ressaltou. “Precisamos aprender com essa crise e tentar melhorar. A crise da saúde é parte do modelo da sustentabilidade. Temos que tentar não converter a crise sanitária em crise de alimentos”, concluiu Alícia Bárcena.

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