A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou, na manhã desta quinta-feira (3), requerimento apresentado pelo senador Jorge Viana (PT-AC) para enviar uma comissão de parlamentares a Caracas, num esforço de diplomacia. O senador justificou a necessidade de o Brasil retomar o papel de mediador junto ao país vizinho, para tentar reabrir o diálogo entre o governo do presidente Nicolás Maduro e a oposição. “Estamos vendo na Venezuela algo que, se não é uma guerra civil, é quase, o que é muito grave”, disse Viana.
A comissão externa, que ainda precisa ser aprovada pelo plenário do Senado, será presidida pelo senador Fernando Collor (PTC-AL), ex-presidente da República, que hoje dirige a Comissão de Relações Exteriores. “Nosso objetivo não é acabar com a crise na Venezuela, é apenas tentar contribuir de alguma maneira na retomada do diálogo entre governo e oposição”, disse Collor. Segundo o senador, a ideia é que a comitiva estabeleça contatos prévios com o Itamaraty e com o governo e a oposição venezuelanos.
Jorge Viana declarou que o Brasil precisa se preparar para os efeitos do agravamento da crise no país vizinho. “As dificuldades para a população já estamos sentindo em Roraima”, disse. “O governo brasileiro deve imediatamente ajudar o estado a criar um ambiente para recepcionar isso, como fizemos no Acre, desde 2010, com o governador Tião Viana, em relação aos haitianos”. Ele teme que parte dos veezuelanos passem a sofrer uma situação de precariedade.
Segundo o senador, o papel do Brasil tem que ser de mediador e não apenas de acusar o governo, defender a oposição, ou vice-versa. “Já fomos acusados disso no passado”, lembrou. “O papel adequado do Brasil é, com isenção, fazer a mediação. A Venezuela está precisando do socorro dos bons vizinhos. É na hora da dificuldade que a gente conhece os amigos”.