Fernando Rosa
14 de dezembro de 2016 | 12h25
Em discurso no plenário do Senado Federal, o senador Jader Barbalho, do PMDB do Pará, expôs a fissura do consórcio golpista que afastou a presidenta Dilma Rousseff. Mais do que isso, denunciou a “segunda fase” do golpe que pretende defenestrar o interino Temer e impor um nome do PSDB via colégio eleitoral. Jader concluiu seu discurso afirmando que “a grande mídia e esses setores que querem derrubar o Presidente da República, avacalhar e deixar sem autoridade o Congresso Nacional já tem candidato, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso”.
Enquanto os senadores tucanos se mantiveram calados, o líder do PT Humberto Costa endossou “boa parte” do discurso, dizendo que “poderia ter feito esse (mesmo) pronunciamento já sete, oito meses”. “Sendo verdade, o que disse Sua Excelência é uma reprodução do que vivemos naqueles momentos derradeiros do governo Dilma”, destacou o senador petista. O líder do PT ressaltou que “essa aliança que envolveu a grande mídia, um segmento do Poder Judiciário, um segmento do Ministério Público e setores importantes da oposição, foi a grande responsável pela deposição de uma Presidenta eleita e a ascensão de um novo governo”.
Em seu pronunciamento, o senador Jader afirmou que “esse processo político é contra todos nós, é contra o Parlamento brasileiro. Esse processo político é contra a democracia. Esse processo político é contra a elite empresarial brasileira”. Destacando que “venderam para o Brasil uma ilusão”, em diálogo com o senador peemedebista, o líder petista lembrou que “aqueles que acharam bonito quando parlamentares, lideranças sociais foram agredidas em aeroportos, em suas casas, contribuíram para que acontecesse o que aconteceu naquele momento”. O líder do PT alertou para as “vivandeiras do Judiciário que trabalham para fazer com que um Poder da República se sobreponha aos demais”.
“Não haverá saída para o Brasil se não for pelo caminho democrático”, conclui o líder do PT, chamando senador peemedebista a contribuir para esse entendimento. Para Costa, os golpistas apostam nas eleições indiretas porque o projeto de recessão e entreguismo em curso não tem condições de ser implementado no País com o apoio popular. “Não haverá saída para o Brasil se não for pela soberania popular”, alertou Costa, deixando claro que esse atalho autoritário não terá respaldo da sociedade e do povo brasileiro. “Vamos buscar um entendimento, uma saída pela democracia, uma saída pelas eleições diretas, conclui o senador Humberto Costa.
MULTIMÍDIA
VÍDEO: Senadores denunciam a nova fase do golpe
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