Entrevista

Senador Rogério defende avanços do governo Lula e institucionalidade democrática

Em entrevista ao UOL News, líder do PT no Senado Federal rebateu narrativa de crise entre os Poderes, destacou conquistas legislativas do governo e apontou os principais desafios que devem se intensificar no cenário pré-eleitoral

Daniel Gomes

Senador Rogério defende avanços do governo Lula e institucionalidade democrática

Senador Rogério durante entrevista ao programa UOL News

Na manhã desta quarta-feira (2/7), o senador Rogério Carvalho (PT-SE) concedeu entrevista ao UOL News – 1ª Edição, onde abordou os principais temas em debate no Congresso Nacional e fez um balanço dos avanços do governo Lula. Durante a conversa, o líder do PT no Senado Federal reforçou o compromisso da base governista com a agenda de reconstrução do país, defendeu a preservação da institucionalidade e avaliou os desafios políticos que se intensificam com a proximidade do processo eleitoral de 2026.

Na oportunidade, Carvalho destacou a aprovação recente da Medida Provisória do Fundo Social no Senado como exemplo da força da articulação política do governo. “Aprovamos a Medida Provisória do Fundo Social, com votação de 37 a 17 no Senado, o que reflete o compromisso da base governista com pautas de interesse do Brasil”, afirmou.

“Não há crise entre os Poderes”
O senador também comentou as tensões entre o Palácio do Planalto e a Câmara dos Deputados, especialmente após a edição do decreto presidencial sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que gerou reação da Câmara. Para ele, a resposta da Casa foi desproporcional. “No caso específico do IOF, a Presidência da República, o governo, tinha total respaldo legal para agir, e assim o fez. A reação da Câmara foi uma retaliação, o que, na minha visão, não cabe e não deve transformar a disputa política em um conflito institucional”, pontuou.

Rogério defendeu, ainda, a separação entre o embate político e o funcionamento das instituições. “A institucionalidade precisa ser preservada para garantir a saúde da nossa democracia. O presidente da República não pode abrir mão de suas prerrogativas, assim como os presidentes das Casas Legislativas não devem abrir mão das suas prerrogativas constitucionais”, reforçou.

Além disso, Rogério disse que acredita que não há crise institucional, mas sim um ambiente de embate político típico do contexto pré-eleitoral. “A nossa serenidade, portanto, se baseia em fatos objetivos. Se olharmos para as pautas enviadas pelo governo ao Congresso, grande parte foi aprovada, com mudanças, o que é natural no processo legislativo”, destacou.

Ele citou, como exemplo, a Reforma Tributária, assim como dezenas de matérias aprovadas nos últimos meses. “Temos, inclusive, uma lista com pelo menos 30 matérias que foram aprovadas desde o início do governo. Só nesta semana, houve aprovações relevantes na Câmara e no Senado, e hoje devemos votar o crédito do consignado”, revelou.

“Vivemos na era digital, onde tudo vira ‘treta’. É uma cultura do conflito, da polarização — e isso distorce a percepção da realidade. Dá a impressão de que tudo está paralisado, que o país está infartado. Mas não está. Está pulsando. Temos geração de emprego, inflação controlada. As coisas estão caminhando”, acrescentou.

Isenção do IR, reforma administrativa e os próximos embates no Congresso
Sobre os próximos passos da agenda legislativa, Rogério Carvalho comentou que o debate tende a se acirrar com o avanço do calendário eleitoral, principalmente em torno de pautas como a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil e a reforma administrativa. “O governo pode sofrer novas derrotas, mas também pode conquistar grandes vitórias. O mais importante é que o essencial da agenda já foi aprovado. Em 2025, os principais temas serão a isenção do IR e a reforma administrativa”, garantiu.

Questionado sobre a possibilidade de partidos do Centrão deixarem a Esplanada dos Ministérios, o senador minimizou essa hipótese. “Não acredito que essa saída vá ocorrer da forma como está sendo especulado. A não ser por proximidade das eleições, mudanças estratégicas ou candidaturas futuras — inclusive de ministros que hoje ocupam pastas importantes. Creio que o processo será mais tranquilo”, ponderou.

“Está claro que o Senado terá um papel estratégico em 2026. Caso a oposição não consiga vitória eleitoral no Executivo, buscará compensar no Senado. Por isso, a disputa pelas vagas do Senado será central”, concluiu.

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