Homenagem

Senador Rogério defende papel público do Conselho Federal de Medicina em sessão que celebrou 80 anos da entidade

Líder do Governo em exercício no Senado Federal destacou a importância do CFM para a defesa da vida, alertou sobre os desafios da inteligência artificial na prática médica e reafirmou o caráter público da instituição

Alessandro Dantas

Senador Rogério defende papel público do Conselho Federal de Medicina em sessão que celebrou 80 anos da entidade

O senador Rogério Carvalho (PT-SE), líder do Governo em exercício no Senado Federal, participou, na manhã desta quinta-feira (11/9) de uma sessão especial no Plenário do Senado em homenagem aos 80 anos do Conselho Federal de Medicina (CFM), autarquia criada em 1945.

A solenidade destacou o papel histórico do CFM na regulamentação do exercício da profissão médica, na formulação de políticas públicas de saúde e nos avanços relacionados à telemedicina e à cirurgia robótica, áreas que vêm transformando a prática médica no Brasil e no mundo.

Durante seu discurso, Carvalho ressaltou a importância da medicina na vida de todos e o impacto que a escolha pela profissão causa na trajetória de cada médico. “A medicina, para todos nós, é um divisor de águas em nossas vidas. Ao ingressar nesta profissão, mudamos nossa perspectiva de vida. A visão de mundo e os rumos das nossas trajetórias se transformaram”, afirmou.

CFM como instrumento em defesa da sociedade
O senador lembrou que o CFM e os Conselhos Regionais foram instituídos por decreto e posteriormente consolidados pela Lei de 1957, sancionada pelo presidente Juscelino Kubitschek, como instrumentos essenciais para proteger a sociedade e a própria profissão médica.

“Foi um passo fundamental para cumprir a finalidade de proteger a sociedade e garantir que a medicina continue sendo um instrumento em defesa da vida”, destacou.

Carvalho também ressaltou o caráter público e institucional do Conselho Federal de Medicina, reforçando sua legitimidade como autarquia voltada ao interesse público.

“Quero reivindicar o lugar do CFM como uma instituição pública, definida por lei, comandada pela própria corporação, mas com finalidade pública. O interesse público é assegurar que os profissionais exerçam a medicina em sintonia com sua missão maior: a defesa da vida, a proteção da vida e o prolongamento da vida”, disse.

Tecnologia e futuro da medicina
Além disso, o líder do Governo chamou atenção para os desafios que a profissão enfrentará com a incorporação de novas tecnologias, especialmente a inteligência artificial (IA).

“Precisamos refletir sobre como lidar com tecnologias que capturam o conhecimento médico e interferem na prática, no diagnóstico e na definição de condutas. Nada, porém, substituirá aquilo que está na dimensão humana”, alertou.

Humanidade no centro da prática médica
Segundo Rogério, a verdadeira essência da medicina está na relação humana entre médico e paciente, algo que nenhuma tecnologia poderá substituir.

“Estar vivo, exercer uma profissão com a nossa própria existência — concreta e transcendente — continuará fazendo a diferença na cura, no cuidado, no restabelecimento da autonomia e, muitas vezes, na possibilidade de salvar vidas”, afirmou.

Com isso, ele defendeu que a evolução tecnológica deve estar subordinada ao comando ético e humano dos profissionais de saúde. “Não temos como impedir, nem parece razoável tentar impedir, a evolução das tecnologias. Mas elas precisam estar subordinadas ao uso consciente dos profissionais enquanto seres vivos, que carregam dimensões que transcendem a condição material. Essa deve ser a essência da medicina”, frisou.

Compromisso com o futuro da profissão
Ao encerrar sua participação, o líder do Governo no Senado reforçou a necessidade de equilíbrio, maturidade e cooperação entre todos os atores da área da saúde para preservar a força da profissão.

“Precisamos alcançar equilíbrio e cooperação para vencer os desafios e preservar a importância da medicina na sociedade. Sinto-me feliz em fazer parte de uma organização tão decisiva para a melhoria da saúde no Brasil”, concluiu.

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