Daniel Gomes

Durante a entrevista, senador afirmou que SUS é o maior sistema público, gratuito, universal e integral de saúde do mundo, e foi uma peça-chave no enfrentamento da pandemia de Covid-19
Em entrevista concedida na manhã desta quarta-feira (4/6) à TV Senado, o líder do PT no Senado Federal, Rogério Carvalho (PT-SE), destacou o papel estratégico do Sistema Único de Saúde (SUS) como referência internacional e defendeu o uso ético da inteligência artificial na saúde, além de reforçar a importância do Brasil como produtor e desenvolvedor de vacinas no contexto da cooperação entre os países do Brics
Na oportunidade, o senador enfatizou que o Brasil tem muito a mostrar ao bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Segundo ele, o SUS é o maior sistema público, gratuito, universal e integral de saúde do mundo, e foi uma peça-chave no enfrentamento da pandemia de Covid-19.
“Na pandemia, mostramos a força desse sistema — nossa rede de atenção, todo o nosso potencial, tanto para conter uma epidemia quanto para cuidar e tratar das pessoas que adoecem. Temos um motivo de orgulho: o nosso SUS, que precisa de todos nós para se manter forte, vivo e cada vez mais inclusivo”, afirmou.
Mais Médicos e a interiorização da saúde
Ao ser questionado sobre a aplicação de tecnologias como telemedicina e inteligência artificial na saúde pública, Carvalho lembrou a experiência exitosa do programa Mais Médicos, lançado em 2013, que, segundo ele, é o maior esforço de interiorização e fixação de profissionais de saúde já realizado no mundo.
“Hoje, são mais de 28 mil médicos atuando em áreas remotas, em zonas de risco dos grandes centros urbanos, na Amazônia, no interior do Nordeste, no Centro-Oeste. A inteligência artificial vem para qualificar e melhorar a performance e a qualidade da prestação de serviços desses profissionais. Mas a interação humana continua sendo fundamental”, ressaltou.
O líder do PT alertou ainda que a tecnologia deve complementar, e não substituir, a relação entre paciente e profissional de saúde, reforçando o caráter humano do atendimento médico.
Vacinas e soberania sanitária
Outro tema abordado na entrevista foi a importância da cooperação internacional na produção de vacinas, especialmente no combate à tuberculose — uma doença que ainda desafia países como Brasil e Índia. Rogério Carvalho destacou que o Brasil não só tem capacidade de produção como também pode liderar o desenvolvimento de novos imunizantes, graças à sua estrutura pública e acordos com parceiros como a China.
“Vacinas salvam vidas. Vacina previne doenças graves, incapacitantes, que podem levar à morte. É fundamental que os Brics coloquem as vacinas na ordem do dia. Isso pode salvar muitas vidas em todos os países do bloco”, afirmou o parlamentar, que aproveitou para relatar que tomou recentemente a vacina contra o vírus influenza, como forma de estimular a vacinação.
Ele também comentou sobre a relevância da autossuficiência na produção nacional de imunizantes, ressaltando que China e Índia são grandes produtores de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) e dominam tecnologias como a do RNA mensageiro, que pode revolucionar o combate a doenças infecciosas.
Saúde como soberania e cooperação internacional
Para Rogério, a saúde precisa ser entendida como uma questão de soberania nacional e de cooperação multilateral. Ele defende que o Brasil fortaleça suas políticas públicas, amplie a capacidade de inovação e busque autossuficiência para garantir a saúde da população brasileira e contribuir com os países do Brics.
“Temos um modelo que pode inspirar o mundo. O SUS é uma conquista do povo brasileiro e deve ser protegido e fortalecido como prioridade de Estado”, concluiu.