Senadoras entregam representação contra Bolsonaro e defendem tipificação do feminicídio

Todas as senadoras, exceto Ana Amélia (PP-RS), participaram da entrega da representação contra deputado por quebra de decoroNesta terça-feira (16), as senadoras Ana Rita (PT-ES), Ângela Portela (PT-RR), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lídice da Mata (PSB-BA), Lúcia Vânia (PSDB-GO), Marta Suplicy (PT-SP) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) entregaram formalmente ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o requerimento aprovado pela Comissão de Direitos Humanos para que a Casa represente à Câmara dos Deputados pela apuração e punição do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). A manifestação das senadoras reuniu todas as representantes da bancada feminina presentes ao plenário, exceto a senadora Ana Amélia (PP-RS), companheira de partido do polêmico deputado.

 

“A manifestação desse deputado caracteriza quebra de decoro parlamentar, além de um profundo desrespeito por todas as mulheres”, afirmou a senadora Ana Rita, presidente da CDH. “Não podemos mais conviver com esse tipo de comportamento, especialmente no Legislativo brasileiro. São manifestações de incitação à violência, reiteradas dia após dia”, protestou a senadora.

Na semana passada, a Comissão de Direitos Humanos aprovou o requerimento a ser encaminhado ao presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, cobrando providências contra Bolsonaro, que mais uma vez extrapolou ao ofender a deputada e ex-ministra Maria do Rosário. A frase proferida pelo parlamentar da Tribuna da Câmara (“Não vou lhe estuprar, porque você não merece”) chocou a opinião pública e desencadeou uma campanha cobrando uma punição ao deputado. Na última segunda-feira (15), a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko apresentou denúncia no Supremo Tribunal Federal contra Bolsonaro por incitação ao crime de estupro.

A denúncia de Wiecko será analisada pelo ministro Luiz Fux, do STF, que se encontrava no Plenário do Senado no momento da manifestação das sete senadoras para acompanhar a votação do novo Código de Processo Civil, prevista para a tarde desta terça-feira. Se Fux aceitar a denúncia, será aberta uma ação penal contra o parlamentar. Caso condenado, Bolsonaro pode ser punido com pena de 3 a 6 meses de prisão, mais multa.

Feminícídio
Para a senadora Gleisi Hoffmann, tanto o comportamento de Bolsonaro quanto os atos de violência física contra as mulheres são reflexos de uma mesma cultura e necessitam de uma resposta clara do Parlamento. “Devemos isso à sociedade brasileira”, afirmou ela. Gleisi defendeu  a aprovação do projeto (PLS 292/12), que tipifica o feminicídio, o assassinato de mulheres por motivação de gênero.  “Essa será uma resposta contundente deste Senado”, afirmou. A matéria está pronta para votação e poderá ser apreciada ainda na tarde desta terça-feira. 

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