ENTREGUISMO

Mobilização contra “privatização branca” da Petrobras

“Sem mobilização nós não iremos a lugar algum", disse Roberto Requião (PMDB-PR), em reunião com trabalhadores e advogados em Brasília
Mobilização contra “privatização branca” da Petrobras

Foto: Roberto Stuckert Filho

 

Articular ações judiciais em todas as esferas e conscientizar a população sobre o ataque do governo golpista contra a Petrobras são alguns encaminhamentos da primeira reunião de senadores da Oposição com advogados, especialistas do setor de petróleo e gás e representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP), da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), da CUT e outras centrais. “Temos que denunciar a ‘privatização branca’ da Petrobras, o desmonte perpetrado pelo governo ilegítimo e o ataque à soberania nacional”, disse a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), ao elogiar a iniciativa.

A senadora Lidice da Mata  (PSB-BA) observou que a mobilização das entidades sindicais, incluindo a presença de advogados, juristas e setores organizados da sociedade, será capaz de denunciar o desmonte da maior empresa brasileira. “Tenho esperança que a unidade produzirá efeitos positivos para barrar o desmonte da Petrobras”, disse a senadora.

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) lembrou a iniciativa do bloco de Oposição de acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar a entrega de um presente de R$ 100 bilhões do governo Temer às empresas de telefonia, algo para ocorrer na calada, foi extremamente positiva para clarificar o debate e a situação do conjunto da obra do desmonte. Porém, Requião alertou: “sem mobilização nós não iremos a lugar algum”.

[blockquote align=”none” author=”Senadora Fátima Bezerra (PT-RN)”]“Temos que denunciar a ‘privatização branca’ da Petrobras, o desmonte perpetrado pelo governo ilegítimo e o ataque à soberania nacional”[/blockquote]

A advogada Raquel Sousa, da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), elencou ações judiciais nas quais barram a leve e solta atuação da presidência da Petrobras que rasga a legislação no processo cego de desinvestir, ou seja, de privatizar, de entregar o patrimônio estratégico nacional às empresas estrangeiras. A FNP conseguiu sucesso para evitar a venda sem licitação de alguns blocos exploratórios, de campos maduros, de campos em águas rasas, da venda da Liquigás, da BR Distribuidora, da refinaria de Suape e a NTS, empresa da área de logística da Petrobras.

Prejuízo

Os presentes na reunião anteciparam que a estratégia da Petrobras amanhã, quando divulga seu resultado anual de 2016 com prejuízo, o terceiro seguido, pode reforçar o discurso do governo golpista que para tirar a empresa da situação atual só com a venda de subsidiárias.

“Temos que ficar em alerta porque é esse o discurso do governo golpista para a população. Que a Petrobras está quebrada e precisa vender seus ativos na bacia das almas”, afirmou Simão Zanardi Filho, da Federação Única dos Petroleiros (FUP).

Ele chamou atenção, ainda, para a possibilidade de a gestão atual comandada por Pedro Parente – o homem do apagão do governo tucano de FHC – para a “maquiagem criativa” com ações preferenciais nominativas (PN). Comenta-se no mercado acionário que a Petrobras, com mais um prejuízo, poderia conferir às ações PN o direito a voto que hoje detentores desse tipo de ação não tem.

Com isso, o controle acionário da União, correspondente a 50% mais uma das ações, seria diluído ente as ações ON (com direito a voto) e as PN (sem direito a voto mas que passariam a garantir esse direito).  A reunião para articular unidade de ação teve como mediadores os assessores técnicos Samuel Gomes e Carlos Hetzel.

Reprodução autorizada mediante citação do site PT no Senado

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