Repercutiu como ameaça, no Congresso Nacional, as manifestações do general de exército Hamilton Mourão, que durante evento promovido pela maçonaria, teria afirmado que as Forças Armadas podem fazer uma intervenção militar no Brasil.
Em plenário, o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), repudiou com veemência a atitude que cria, segundo ele, um clima de instabilidade, e cobrou do governo federal, por meio do Ministério de Defesa e das Forças Armadas, uma punição com reprimenda ao militar por quebra de hierarquia.
Ele foi acompanhado por diversos parlamentares que se revezaram na tribuna para desabonar as declarações: João Capiberibe (PSB/AP), José Medeiros (DEM/MT), Ana Amélia (PPS/RS) e Randolfe Rodrigues (REDE/AP). O senador Jorge Viana (PT/AC) ponderou que o General Villas Boas, Comandante do Exército, já havia desautorizado a manifestação, afirmando que não é esse o pensamento das Forças Armadas, mas considerou que “sendo ele (Mourão) um general de quatro estrelas representa indisciplina e desrespeito à constituição”.
Mais tarde, em entrevista coletiva à imprensa, Lindbergh Farias voltou a cobrar uma punição mais enérgica por parte do governo afirmando que a situação é grave porque o país já vive um clima de instabilidade e desarmonia das instituições. “O governo precisa sim dar uma declaração pública porque é um caso passivo de punição: houve quebra de hierarquia”, argumentou. “Tão grave quanto as declarações, é o silêncio desse governo. Essa não é uma pauta da oposição. É uma pauta de todos que defendem a democracia”, concluiu o senador.
A posse da nova procuradora
Falando sobre a posse da nova Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, ocorrido na manhã desta segunda-feira, o líder do PT no Senado afirmou que está confiante porque ela é muito séria e competente, e pode recuperar a credibilidade abalada da instituição, assim como harmonizar mais a relação entre os poderes.
Para ele, a nova procuradora tem um perfil que dá tranquilidade à oposição pela sua defesa da Amazônia, dos direitos humanos e das causas indígenas. Esta foi também a opinião do senador Jorge Viana: “há uma confiança na bancada de que ela cumpra o que disse em seu discurso de posse, e que não haja mais exageros, de que não haja injustiças”.