Senadores do PT mostram que maioria dos brasileiros reprova PEC da Maldade

Senadores do PT mostram que maioria dos brasileiros reprova PEC da Maldade

Foto: Lula Marques 

Marcello Antunes

13 de dezembro de 2016

A base de apoio ao governo cambaleante de Michel Temer que tem pressa para retirar direitos sociais por meio da PEC da Maldade foi obrigada a ouvir de senadores petistas que 60% da população brasileira, de acordo com pesquisa do Datafolha, são contra a aprovação da medida que congela por 20 anos os gastos sociais com educação, saúde, segurança pública, além de investimentos em infraestrutura.

A PEC da Maldade representa a falência total do Estado. Traduzida, significa dizer que ela protege os rentistas, os banqueiros e todos os financiadores do golpe parlamentar que retirou a presidenta legítima Dilma Rousseff. Em total desrespeito ao Regimento Interno do Senado, o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) não seguiu o cronograma de debates, praticamente amordaçando a voz do PT e do bloco da oposição.

“Ninguém discute uma matéria em três sessões consecutivas como fez o presidente do Senado. Aí entendemos porque o Parlamento tem [aprovação de] 59% de ruim e péssimo. É por isso que nós não levamos as coisas à sério. Como é que faz três sessões num único dia para discutir uma matéria em que 60% da população é contra”, questionou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), na abertura da sessão plenária do Senado na manhã desta terça-feira (13). Essa desaprovação apontada pela pesquisa da Datafolha revela que o povo não é bobo e entendeu que a PEC da Maldade vai tirar direitos futuros dos jovens e dos mais pobres. “O mínimo a fazer seria abrir uma sessão para discutir essa proposta”, disse ela.

PT aponta a saída
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE) pediu bom senso ao presidente do Senado porque o País vive um momento de gravidade semelhante a março de 1964, quando os militares tomaram o poder que começou com um golpe parlamentar.

“Temos um governo absolutamente rejeitado pela população. A maioria da sociedade brasileira não quer esse governo. O presidente Michel Temer está nas pesquisas pior do que a presidenta Dilma estava no momento do impeachment. E veja que ela foi bombardeada por uma grande articulação da mídia para desacreditá-la, diferentemente do que acontece agora”, afirmou Humberto.

O líder do governo apontou que o governo Temer foi atingido no coração por graves denúncias divulgadas no fim de semana. “É óbvio o presidente Temer foi atingido e os principais integrantes de seu governo também foram atingidos. Esse governo não tem condição de levar o Pais a lugar algum, quanto mais votar uma proposta que vai valer para mais de 20 anos. Nós não sabemos se esse presidente vai brincar o carnaval na condição de presidente da República, é pouco provável que isso aconteça”, afirmou.

Grande pacto
O senador defendeu que a base política do Parlamento deveria construir um pacto nacional e convocar eleições diretas para o início do ano que vem. “Nem esse presidente e nem um presidente biônico que seja eleito por aquela Câmara dos Deputados terá legitimidade para conduzir esse País por dois anos”, defendeu Humberto.

Esse pacto nacional teria lideranças políticas brasileiras que pensariam uma saída para a crise institucional, política e econômica brasileira. “É isso que o País precisa neste momento”, recomendou.

 

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