Paim: tumulto deve ser evitado, mas sem discriminação |
Conhecidos pela defesa intransigente dos Direitos Humanos, os senadores petistas Ana Rita (ES) e Paulo Paim (RS) respectivamente presidenta e ex-
presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado pedem calma e critério na análise dos encontros de jovens da periferia em shoppings de grandes cidades – os chamados rolezinhos, que se transformaram em polêmica nacional e foi parar na Justiça. Extremamente ponderado, Eduardo Suplicy se diz preocupado com a garantia do direito constitucional de ir e vir.
Os senadores alertam para a possibilidade do movimento ser contido à base de violência e discriminação.Na avaliação da presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), Ana Rita (PT-ES), esse tipo de movimento é novo e exige análise cuidadosa. “É uma coisa extremamente nova, que nunca aconteceu no nosso País e está começando agora. Então, acho que a gente tem que conversar sobre isso. Merece uma reflexão” – observa.
Suplicy: shoppings devem garantir direito de ir e vir |
Paulo Paim (PT-RS) pede diálogo para garantir aos jovens o direito de participar dos rolezinhos e, ao mesmo tempo, preservar a segurança da população em locais públicos e privados. Para o parlamentar, a polêmica é um sinal de amadurecimento da democracia.
A polêmica surgiu quando os shopping centers, temendo prejuízos ou insegurança, recorreram à Justiça para impedir os rolezinhos e barrar a entrada de jovens dentro dos centros comerciais. Entidades de direitos humanos alegam se tratar de discriminação contra rapazes e moças pobres e uma violação do direito constitucional de ir e vir.
O senador gaúcho afirma que o diálogo deve prevalecer nesses momentos. “Com a democracia e a liberdade plena que a gente tem esses temas acabam surgindo e vão ter que ser debatidos. Para mim o que vale aí é o diálogo, é a conversa e não simplesmente a proibição de que meninos e meninas pobres possam entrar no shopping, mas a conversa e o diálogo dentro dos limites da lei”, avaliou.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembra que qualquer pessoa tem o direito de frequentar espaços públicos, desde que de forma pacífica. “Os shoppings devem assegurar o direito de toda e qualquer pessoa que tenha um comportamento civilizado e não de destruição ou de perturbação”, opina.
Ana Rita: fenômeno é novo e exige reflexão de todos |
Para Paim, o tumulto precisa ser evitado, mas sem discriminação. “A preocupação que se está tendo é que as pessoas olham para a aparência de alguns e já saem batendo, prendendo, ofendendo. Então o momento é de bom senso e cuidar para que não haja conflito e confusão para que traga prejuízos para outros setores da população”, defendeu.
Opinião semelhante tem a presidenta da Comissão de Direitos Humanos da OAB do Distrito Federal, Indira Quaresma, que alerta para o fato de a Constituição vedar o racismo e a discriminação. “ Se as pessoas estão indo ao shopping, exercendo o direito de ir e vir, num lugar aberto ao público, ainda que cantando ou manifestando sua opinião de alguma forma, desde que não agridam ninguém, elas têm todo o direito de estar lá. Vamos fazer todo o possível para que esse direito de liberdade e de manifestação seja respeitado” diz a advogada.
Mais repressão
No fim de semana, a Alshop, associação que representa lojistas de shoppings de todo o país, voltou a defender a suspensão dos rolezinhos, bem como o aumento do policiamento e da punição dos envolvidos nos passeios. A entidade teme mais prejuízos, já que os movimentos deixaram as fronteiras de São Paulo e se espalharam por outros estados.
Na última quinta-feira (16), o chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, criticou a repressão policial, defendeu os jovens e disse que os “conservadores” do país têm de se conformar com o fato de os direitos agora serem iguais para todos.
Com informações da Agência e da Rádio Senado
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