A Bancada do Partido dos Trabalhadores apresentou, nesta terça (11), um voto de solidariedade aos familiares e amigos de José Bernardo “Orlando” da Silva e Rodrigo Celestino, militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), assassinados no último sábado dia (8), no acampamento Dom José Maria Pires, em Alhandra (PB).
No documento, apresentado em plenário pelo senador Paulo Rocha (PA), os senadores lamentaram os bárbaros assassinatos dos militantes, no que consideram ‘mais um tenebroso capítulo da longa série de crimes políticos cometidos contra os movimentos sociais no Brasil’.
“Embora tais crimes não sejam novidade histórica no Brasil, é forçoso reconhecer que, após o golpe de 2016 e o Estado de Exceção seletivo que ele criou, a violência política e jurídica contra membros de movimentos sociais e de partidos de oposição vem aumentando de forma clara”.
De acordo com a última edição do relatório “Conflitos no Campo Brasil”, da Comissão Pastoral da Terra, em 2017, ocorreu o maior aumento de número de mortes por conflitos no campo, desde 2003.
O senador Paulo Rocha também relaciona o aumento da violência no campo com um ciclo repressivo que ameaça as liberdades e garantias individuais, como um fator que levou ao suicídio do Reitor Cancellier, o assassinato de Marielle Franco e a prisão do ex-presidente Lula.
De acordo com o documento, há uma preocupação com os discursos de algumas lideranças políticas que “incentivam a violência pública e reiterada”, contra mulheres, homossexuais, negros e militantes de movimentos sociais e de partidos de esquerda que tende a agravar e intensificar a violência política.
“Manifestamos a nossa integral e irrestrita solidariedade a todos familiares e amigos das vítimas e aos integrantes do MST e exigimos a elucidação desse terrível episódio que, mais uma vez, macula a imagem do Brasil no mundo”.
Bancada do PT no Senado Federal.