Como pode uma comissão investigar uma pessoa que não é ré, nem está sob investigaçãoÉ simples como 1 +1= 2, sem a linguagem rebuscada dos advogados, direto e reto. Sem complicação, os sete pontos abaixo são fáceis de memorizar e ideais para você esclarecer as dúvidas dos amigos.
1. Dilma Rousseff não é ré em nenhum processo. Não cometeu nenhum crime, e não é investigada pela Lava Jato. Por isso, é impeachment sem crime, e, portanto, é golpe.
2. Você vai escutar que as “pedaladas fiscais” constituem crime e legitimam o impeachment. Mas essa denúncia é vazia. Acusam Dilma acertar as contas do governo pondo dinheiro da Caixa Econômica Federal nos programas sociais, dinheiro que, no ano seguinte, foi devolvido à Caixa. Operações como essa haviam sido utilizadas pelos governos FHC e Lula, desde os anos 90, assim como por dezenas de estados e municípios. Dilma não obteve nenhum benefício pessoal com transação – e nem seus piores inimigos conseguem acusá-la de qualquer ato de corrupção. Usar esse fato isolado para afastar apenas Dilma, é golpe.
3. Ao contrário de Dilma, os políticos que pedem seu afastamento, como Eduardo Cunha (titular de contas com vários milhões de dólares na Suíça) e Aécio Neves, derrotados nas eleições do ano passado e com cinco menções na Lava Jato, já estão na mira da Justiça, por suspeita da Lava Jato. Tamanha inversão de valores, no qual investigados pela Policia investigam outra que não é acusada nem ré em qualquer ação, tem o mesmo nome: é golpe.
4. A presidenta Dilma foi eleita com mais de 54,5 milhões de votos. Derrubá-la sem que haja nenhum crime cometido não apenas é golpe como é um desrespeito com a maioria do eleitorado brasileiro. Não à toa um dos líderes do movimento é o candidato derrotado em 2014, Aécio Neves. Perder uma eleição é chato, mas faz parte da vida. O próprio Lula foi candidato quatro vezes até ser eleito. Quem desejar ser presidente deve aguardar as eleições de 2018 e se candidatar. É assim que funciona numa democracia. Caso contrário, é golpe.
5. Em 1964, o golpe também não tinha esse nome. Era “revolução”. Era mal disfarçado, como hoje. É pouco provável que o governo seja derrubado com tanques na rua –apesar de muitos opositores de Dilma pedirem isso. Mas há outras formas de se desrespeitar a democracia e derrubar um governante, e é isso o que a oposição, a mídia e setores do empresariado e do judiciário estão fazendo. Não há tanques, e pode se usar o nome que quiser. Mas, na prática, é golpe.
6. Governo não é como roupa, que se não serve ou você não gostou da cor você vai lá e troca. Numa democracia, a troca é pelo voto. Se não, é golpe.
7. Se todos os canhões da mídia, do judiciário e do empresariado estão voltados contra apenas um partido, o interesse não é o bem público ou a moralização da política. O interesse é prejudicar apenas esse partido para ganhar o poder no tapetão. E aí, novamente, não tem como dourar a pílula: é golpe.
Agência PT