Enquanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, insiste em sua fantasia neoliberal, indicadores diários escancaram a tragédia real da economia nacional. Desta vez, é o setor automotivo que registra a demissão de mais 1.100 trabalhadores entre os meses de maio e junho, segundo a Anfavea. A nova leva de demissões se soma aos milhões de desempregados e trabalhadores informais arrancados de suas ocupações.
O desemprego é consequência da queda da produção de veículos leves e pesados, que despencou 50,5% no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019. Atualmente, as fábricas de carros de passeio, veículos comerciais leves, ônibus, caminhões, implementos rodoviários e maquinário agrícola empregam 124 mil trabalhadores. A retração do setor também atinge diretamente os fornecedores de componentes, que empregam 248 mil trabalhadores.
Ao contrário do que afirma Guedes, a crise da economia que já vinha mal desde o final de 2019, se abateu dramaticamente sobre o setor. Segundo dados da Anfavea, o pior resultado foi registrado em abril, quando apenas 1.800 unidades foram montadas no Brasil. Com o fechamento de fábricas devido à pandemia, a indústria automotiva registrou o pior resultado dos últimos 70 anos.
“Temos que mudar o rumo, não podemos mais continuar nesse caminho do Paulo Guedes e Bolsonaro, porque desse governo a gente não espera nada”, disse o presidente da CUT, Sérgio Nobre. Para ele, “só a mobilização e pressão da classe trabalhadora farão o país mudar e retomar o rumo da democracia, do crescimento econômico, com justiça social”. Nesta quarta-feira, as centrais sindicais realizam um ato de protesto e de revindicação junto ao Congresso Nacional, em Brasília.
Desde maio, 7,8 milhões perderam seus empregos no país, 9,7 milhões de trabalhadores ficaram sem renda e menos da metade das pessoas em idade para trabalhar está empregada. Submissos aos banqueiros e sem combater corretamente a pandemia, Bolsonaro e Guedes empurram a sociedade para a flexibilização sem qualquer planejamento. O comércio já sinalizou que, sem apoio do governo e clientes com poder de compra, abrir as lojas é “suicídio”.