Agência Brasília

Serviços prestados às famílias e tecnologia da informação puxam a expansão
O setor de serviços brasileiro voltou a registrar crescimento em agosto, mantendo uma trajetória de expansão que já dura sete meses consecutivos. Segundo dados divulgados nesta terça-feira (14/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de serviços subiu 0,1% em relação a julho, acumulando alta de 2,6% no período.
Com o resultado, o segmento alcançou o maior patamar da série histórica, 18,7% acima do nível pré-pandemia, medido em fevereiro de 2020. Em relação a agosto de 2024, o avanço foi de 2,5%. “A leitura é de um setor de serviços que permanece resiliente, forte, que renova a série histórica”, avaliou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE.
Lobo também afirmou não ver impactos do tarifaço imposto por Donald Trump ao Brasil. Tal efeito poderia ter sido detectado especialmente no setor de transportes. “Não percebemos nenhum movimento nessa linha”.
Efeito Lula: emprego jovem atinge melhor resultado em uma década, mostra Dieese
Alta em quase todas as atividades
Entre as cinco atividades pesquisadas, quatro apresentaram resultado positivo na passagem de julho para agosto.
Um dos destaques foi o grupo de serviços profissionais, administrativos e complementares, que cresceu 0,4%, impulsionado por empresas que atuam em programas de fidelidade, cartões de desconto, atividades jurídicas e aluguel de máquinas e equipamentos.
Já transportes, armazenagem e correio avançaram 0,2%, sustentados pelo desempenho do transporte rodoviário coletivo de passageiros, além do transporte ferroviário e dutoviário de cargas. O movimento reflete o impacto da safra agrícola e o aumento do escoamento de grãos.
Também apresentaram expansão os serviços prestados às famílias (1,0%), com o crescimento de restaurantes, buffets e hotéis, e o grupo de outros serviços (0,6%), com destaque para atividades financeiras auxiliares.
Por fim, o índice de atividades turísticas subiu 0,8%, após três meses de queda, ficando 11,5% acima do nível pré-pandemia. A alta foi puxada por viagens domésticas, hospedagens e alimentação fora de casa.
A única atividade em queda foi informação e comunicação (-0,5%), devolvendo o ganho obtido em julho. Segundo o IBGE, o resultado foi influenciado pela base de comparação elevada, já que o mês anterior concentrou o período de férias, com forte movimento nas salas de cinema e no consumo de serviços de entretenimento.
Apesar da oscilação, a atividade segue entre as principais responsáveis pelo desempenho positivo no acumulado do ano, especialmente pela expansão dos serviços de tecnologia da informação, que vêm registrando aumentos desde o pós-pandemia.
Preço dos alimentos segura IPCA, que veio abaixo do esperado em setembro
Ritmo firme
A sequência de sete altas seguidas é a mais longa desde 2022, quando o setor cresceu por oito meses consecutivos. O resultado reforça o peso dos serviços na economia, segmento responsável por boa parte dos empregos formais e sustentado pela melhora no mercado de trabalho, pelo aumento da renda real e pela retomada do consumo presencial.
Marca histórica do governo Lula: todas as favelas do país passam a ter CEP