Agência Brasília

Setor confirma recuperação em 2025 e opera 16,2% acima do nível pré-pandemia
O setor de serviços voltou a acelerar em fevereiro, com alta de 0,8% em relação a janeiro, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta quinta-feira (10/4) pelo IBGE. O resultado compensa a retração de 0,6% registrada no início do ano e mostra a resiliência do setor.
Na comparação com fevereiro de 2024, o volume cresceu 4,2%. Com isso, o setor já opera 16,2% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), ainda que esteja 1,0% abaixo do pico histórico, registrado em outubro do ano passado. No acumulado de 12 meses até fevereiro de 2025, o crescimento é de 2,8%, ritmo estável em relação ao resultado de janeiro (2,8%).
Em suas redes sociais, o senador (PE) e presidente nacional do PT, Humberto Costa, celebrou o trabalho realizado pelo governo Lula e os resultados do setor, que vieram “bem acima do esperado”.
Recorte regional
O crescimento do setor foi observado em 21 das 27 unidades da federação. Os maiores destaques positivos ficaram com São Paulo (0,8%) e Mato Grosso (24,9%), este último impulsionado por uma base de comparação mais baixa e expansão em atividades ligadas ao agronegócio. Também se sobressaíram Distrito Federal (9,2%), Amazonas (14,2%) e Santa Catarina (2,1%). Em contrapartida, Rio de Janeiro (-0,9%), Minas Gerais (-0,6%) e Espírito Santo (-1,8%) puxaram para baixo.
Em relação a fevereiro de 2024, a alta nacional (4,2%) foi acompanhada por 23 estados. São Paulo (5,7%) e Rio de Janeiro (5,5%) tiveram o maior peso, com destaques também para Distrito Federal (9,0%) e Mato Grosso (10,9%). Já o Rio Grande do Sul, que ainda sofre os efeitos da estiagem e da desaceleração da agroindústria, teve retração de 14%.
Informação e comunicação em destaque
Quatro das cinco atividades pesquisadas tiveram resultado positivo em fevereiro. O principal destaque foi, mais uma vez, o setor de informação e comunicação, que avançou 1,8%. Os serviços ligados à tecnologia da informação, como consultoria em TI, licenciamento de softwares, portais e tratamento de dados, vêm batendo recordes sucessivos, sustentados por uma demanda firme e crescente.
Os serviços profissionais, administrativos e complementares também apresentaram alta (1,1%), estimulados por plataformas de e-commerce, empresas de engenharia e consultorias empresariais. Já o grupo classificado como outros serviços cresceu 2,2%, puxado por administradoras de cartões, coleta de lixo e serviços financeiros auxiliares. Os serviços prestados às famílias tiveram leve crescimento (0,5%), com impulso das empresas de bufê e atividades de apoio à educação.
A única exceção ficou por conta do setor de transportes, que recuou 0,1%, após já ter registrado queda de 1,8% em janeiro. A queda está relacionada a recuos na receita de empresas de correios, transporte coletivo de passageiros e logística. Ainda assim, houve recuperação parcial: o transporte de cargas subiu 1,2% em fevereiro, enquanto o de passageiros cresceu 0,8%.
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Turismo em alta
Outro setor que teve desempenho expressivo foi o de atividades turísticas. A alta foi de 2,9% em fevereiro, depois de uma retração em janeiro (-6,1%). O segmento ainda está 3,4% abaixo do pico registrado em dezembro de 2024, mas segue 9,7% acima do patamar pré-pandemia.
O crescimento foi impulsionado, principalmente, pela queda no preço das passagens aéreas, que recuaram mais de 20% no mês. Isso aqueceu o setor e reforçou o desempenho de empresas ligadas ao transporte aéreo, locadoras de veículos e agências de viagem. Os melhores desempenhos foram observados nos estados do Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo e Minas Gerais. Em sentido contrário, São Paulo, Bahia e Goiás registraram recuos.
Na comparação com fevereiro de 2024, o turismo também avançou com força: 7,3% de crescimento nacional, nona taxa positiva seguida. Dos 17 estados acompanhados pelo IBGE, 14 apresentaram alta — com destaque para Santa Catarina (13,7%), Rio de Janeiro (11,6%), Paraná (9,9%) e São Paulo (8,6%). Os resultados negativos ficaram com Rio Grande do Sul (-4,0%), Alagoas (-6,0%) e Mato Grosso (-4,4%).
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Em resumo, os dados da Pesquisa Mensal de Serviços reforçam a trajetória de retomada da atividade econômica em 2025, ancorada no dinamismo da tecnologia da informação, na diversificação das formas de prestação de serviço e no aquecimento do setor de turismo. Ainda há oscilações, mas o saldo é, sem dúvidas, positivo.