Com a alta do dólar e os preços das commodities agrícolas pressionados no mercado internacional, a Agropecuária acabou influenciado positivamente o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre deste ano. O PIB variou 0,4% em relação ao primeiro trimestre, significando a geração de uma riqueza de R$ 1,1 trilhão, segundo apuração divulgada nesta sexta-feira (31/08) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Isoladamente, a Agropecuária cresceu 4,9% e recuperou o terreno perdido há um ano, quando exibiu uma queda de 3% no acumulado. Refletindo a retração da economia mundial e local, o PIB da indústria caiu 2,5% e o setor de serviços cresceu 0,7%, amortizando o impacto negativo.
De acordo com o IBGE, no setor de serviços a atividade de Intermediação Financeira e Seguros teve expansão de 1,8%; os Serviços de Informação cresceram 1% e a subárea que compreende administração, saúde e educação pública a taxa positiva ficou em 0,8%. O comércio ficou praticamente estável, embora o recuo tenha sido de -0,1%.
Três das quatro atividades da indústria, transformação, extrativa e construção civil registraram variações negativas de -2,5%; -2,3% e -0,7% respectivamente. A área de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, que está na abrangência da indústria para efeito de cálculo, teve variação positiva de 1,6%. Por mais que a indústria tenha apresentado retração, o próprio IBGE analisou, em outra pesquisa recente, que apesar da desaceleração da indústria não foram registradas demissões em massa neste segmento.
Sob o ponto de vista da despesa de consumo da administração pública e a despesa de consumo das famílias, o IBGE apurou no segundo trimestre deste ano um crescimento de 1,1% e 0,6%, respectivamente. O fato negativo é que entre abril, maio e junho a taxa de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) recuou 0,7%. A taxa de Formação Bruta de Capital Fixo é um importante indicador que projeta no longo prazo a possibilidade de crescimento da economia de qualquer nação.
A meta do governo é que a FBCF atinja 21% na proporção do PIB. A distância não está longe, já que a taxa de investimento no segundo trimestre foi de 17,9% do PIB embora na comparação com o primeiro trimestre, houve uma queda de 0,9%. Entre janeiro e marco deste a FBCP foi de 18,8%.
Marcello Antunes