Preço de combustíveis

Sexta alta da gasolina escancara caráter eleitoreiro da redução

Bancada do PT no Senado alertou que baixa dos preços seria temporária e duraria apenas após a eleição
Sexta alta da gasolina escancara caráter eleitoreiro da redução

Foto: Agência PT

Desde a aprovação do pacote eleitoreiro do governo federal, em junho, e durante todo o processo eleitoral, a bancada do PT no Senado vem alertando: a redução do preço dos combustíveis tem data de validade e o consumidor vai sentir no bolso os aumentos logo após as eleições. Não deu outra: a ANP registrou nova alta do preço médio da gasolina, o que vem acontecendo há seis semanas seguidas.

“Bolsonaro e o seu Posto Ipiranga afundaram o Brasil. E, como se não bastasse, seguem detonando o país. Pela sexta semana consecutiva, o preço médio do litro da gasolina vendido nos postos subiu”, disparou o senador Humberto Costa (PT-PE), se referindo ao ministro da Economia, Paulo Guedes.

De acordo com levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre 13 e 19 de novembro o preço médio do litro da gasolina subiu 0,6%, chegando a R$ 5,05. A gasolina sobe desde 2 de outubro (data do primeiro turno das eleições), quando o litro chegou a R$ 4,79. Desde então, o produto acumula alta de 5,4% nas bombas.

O pior é que a Petrobras mantém o mesmo preço há quase três meses, após Bolsonaro trocar o presidente da empresa para impedir que a alta dos combustíveis dificultasse sua pretensa reeleição. Ou seja, é bem provável que venha mais aumento por aí, uma vez que o governo insiste em manter a política de atrelar o preço à variação do dólar e da cotação internacional do petróleo.

No pacote de junho, o Congresso já havia aprovado projeto que tirou dinheiro dos Estados destinado à educação e saúde para baixar o preço nos postos, por meio da redução do ICMS estadual.

Para Wellington Dias (PT-PI), senador eleito, ex-governador e integrante da transição de governo do presidente eleito Lula, essa realidade está com os dias contados. “A Petrobras é uma empresa com participação pública onde a boa gestão e o lucro são de interesse de todo o Brasil. Mas não é razoável tolerar a prática de preços abusivos na venda de combustível”, afirmou.

“Como o nosso processo de refino é mais barato e corresponde a 80% do que consumimos, cobrar o consumidor final com base no preço internacional significa meter a mão no bolso para o lucro fácil. Isto não é regra de livre mercado, é tabelamento de lucro abusivo. Deve mudar”, antecipou.

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