70% dos pacientes tratados pelo SUS não tem mais o vírus da Aids

Relatório revela uma queda de mais de 50% na taxa de infecção pelo HIV em 25 países.

Cerca de 70% dos pacientes que vivem com Aids no Brasil, e que estão em terapia antirretroviral, apresentam cargas virais indetectáveis, informou nesta terça-feira (20/11) o Ministério da Saúde. Isso significa que as pessoas que têm a infecção e recebem medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) estão vivendo cada vez mais. De acordo com o ministério, o número de brasileiros que vivem infectados com o vírus HIV no País caiu de cerca 600 mil para cerca de 530 mil.

Segundo dados do Boletim Epidemiológico, criado pelo ministério, foi registrada uma queda de 12% no coeficiente de mortalidade padronizado (número de óbitos para cada 100 mil habitantes utilizando-se uma população padrão). A taxa de 6,3 óbitos por 100 mil habitantes em 2000 caiu para 5,6 em 2011.

O boletim é uma das ações estratégicas divulgadas nesta terça-feira pela Saúde que vão marcar o Dia Mundial de Luta contra a Aids (lembrado em 1º de dezembro) e traz, como novidade, a inclusão de informações sobre monitoramento clínico dos pacientes, carga viral, contagem de CD4 (situação do sistema imunológico) e tratamento.

Dados epidemiológicos

A taxa de incidência de Aids no Brasil tem se mantido nos mesmos patamares, nos anos recentes, embora apresente diferenças regionais. Esses e outros dados epidemiológicos da Aids serão destaques do Boletim Epidemiológico, que será lançado no dia 1o de dezembro, com números atualizados até junho de 2012.

Os dados apontam que a taxa de incidência da Aids no Brasil, em 2011, foi de 20,2 por 100.000 habitantes. Nesse ano, foram registrados 38,8 mil casos novos da doença. O maior volume de casos continua concentrado nos grandes centros urbanos.

A região Sudeste apresenta redução nas taxas de incidência de Aids de 27,5 casos (para cada 100 mil) –  em 2002 – para 21,0 em 2011.  Nas regiões Sul, Norte e Nordeste, há leve tendência de aumento. O Centro-Oeste apresenta comportamento similar ao Brasil, ou seja, a epidemia continua no mesmo patamar.

A taxa de prevalência (percentual de pessoas infectadas pelo HIV), em 2010, foi estimada em 0,42%. Em relação à mortalidade por Aids, o país apresentou média de 11.300 óbitos por ano na última década. O coeficiente de mortalidade padronizado (número de óbitos para cada 100 mil habitantes utilizando-se uma população padrão) vem apresentando queda. Enquanto em 2000, era de 6,3, em 2011 o número registrado foi 5,6, o que representa redução de 12%. O diagnóstico precoce seguido do acesso, em tempo oportuno, à terapia antirretroviral explica a queda de óbitos em decorrência da Aids, afirma o Ministério da Saúde.

Unaids aponta queda de 50% em 25 países

O relatório anual de 2012 das entidades que participam Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids (Unaids), divulgado nesta terça-feira, confirma que a aceleração das ações contra a Aids está dando resultados. O relatório revela uma queda de mais de 50% na taxa de infecção pelo HIV em 25 países considerados de renda média e baixa – mais da metade deles na África, região mais afetada pelo vírus. Além disso, a quantidade de mortes provocadas pelo HIV no mundo caiu pelo quinto ano consecutivo em 2011.

Cerca de 8 milhões de pessoas estavam sendo tratadas com drogas para a Aids no fim de 2011, um aumento de 20 vezes desde 2003. A meta da ONU é elevar esse número para 15 milhões até 2015.

De acordo com o World AIDS Day report: Results, em alguns países onde existe alta prevalência do HIV, os casos da doença tiveram uma queda dramática desde 2001: cerca de 73% no Malawi, de 71% em Botswana, de 68% na Namíbia, 58% no Zâmbia, 50% no Zimbabwe e de 41% na África do Sul e Suazilândia.

Ainda segundo o documento, a queda ocorreu devido ao “sucesso histórico” na promoção de programas em escala junto com a emergência de novas combinações de remédios para evitar que pessoas sejam infectadas e morram da doença.

Portal Planalto

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