Ângela Portela quer plano para garantir água e energia para a Amazônia

Senadora cobra maior reflexão sobre secas e inundações recordes no País

Ângela: todos devem se preocupar com a falta d’água no planetaA estiagem que levou o sistema Cantareira ao colapso, pondo sob ameaça os habitantes da maior cidade do país, a seca da região nordeste, onde muitas cidades não sabem o que é chuva há quatro anos, mais as enchentes inéditas da região norte maior são sinais evidentes de que está mais do que na hora para que a população e todas as instâncias de governo faça uma reflexão mais profunda sobre a questão climática a importância da preservação da água, exortou a senadora Ângela Portela (PT-RR), em pronunciamento ao plenário nesta quarta-feira (25). “São situações que me levaram a refletir sobre a crise hídrica no mundo, reflexão imprescindível diante do fato de que ao redor do planeta já há milhões de pessoas sofrendo privação desse recurso natural insubstituível, essencial à existência da vida humana na Terra”, disse a senadora, lembrando o Dia Mundial da Água, comemorado no último domingo (22).

Ângela apontou: enquanto  o volume de água no planeta permanece estável há  milhares de anos, a população humana só faz crescer no planeta, “o que torna imprescindível a adoção de medidas destinadas a racionalizar o consumo”.

Não por coincidência, a ONU elegeu como para este ano “Água e Desenvolvimento Sustentável” como tema de debates e reflexões.

A senadora também lembrou que o Brasil receberá, em 2018, em Brasília, o Fórum Mundial das Águas, evento global que tratará dos desafios da gestão dos recursos hídricos para as atuais e futuras gerações.

Para Ângela Portela, a crise do Sistema Cantareira, onde os reservatórios atingiram alarmantes recordes negativos, é um exemplo de como a falta de planejamento em infraestrutura podem resultar em ameaça à qualidade de vida das populações. Ela destaca, também, a relação direta entre a crise hídrica e a crise energética e cita o exemplo de seu estado, Roraima, que ainda depende do fornecimento de energia elétrica da Venezuela, país com o qual faz fronteira. “Morar na região Norte significa conviver com apagões, intermitência de energia e quedas de luz”, relatou.

Ângela atribui essa deficiência energética na Região Norte à ausência de um planejamento de longo prazo, que não acompanhou a expansão dos projetos de colonização da área com oferta de energia. “Com sua extensão territorial continental e com baixa densidade demográfica, a região Norte do País se vê constrangida a responder apenas 6% do consumo de eletricidade do País”. Se o fornecimento de energia é ruim, seu preço é alto. Nada menos do que 25% desse mercado é atendido por 27 termelétricas a diesel e a gás – três delas servem Roraima. É uma energia muito mais cara que a média da oriunda das hidrelétricas, além de mais poluente, emitindo toneladas de gás carbônico na atmosfera.

Linhão de Tucuruí

Por tudo isso, a senadora voltou a defender a imediata retomada da obra do Linhão de Tucuruí, com mais de dois mil quilômetros de extensão, que ligará a hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, a Manaus (AM) e a Boa Vista (RR) e vai interligar Roraima ao Sistema Elétrico Nacional. A obra está interrompida em função de uma disputa judicial decorrente de uma de ação interposta pelo Ministério Público Federal do Amazonas, por iniciativa da Fundação Nacional do Índio, que alega que não houve consulta aos povos indígenas que vivem nas regiões por onde passará o Linhão, como os Waimiri-Atroari.

“A retomada das obras do Linhão de Tucurui é a única condição de rompermos com nossa dependência de fontes de energia que apresentam custo alto e risco de agredir o meio ambiente”, contestou a senadora. A partir de uma reivindicação dos parlamentares de Roraima, uma força-tarefa composta por representantes dos ministérios das Minas e Energia e da Justiça vai tentar solucionar o impasse.

“Eu, que na minha vida política, sempre lutei pelos direitos dos povos indígenas, considero de vital importância a anuência da Funai, uma vez que o Linhão corta terras hoje ocupadas por indígenas. Enquanto isso não ocorre, reafirmo a importância da construção do Linhão de Tucuruí para Roraima, Estado que sofre com a precariedade e o alto custo do fornecimento de energia”, afirmou a senadora. 

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