Para Lindbergh, já está havendo um loteamento de um eventual governo futuroOs apoiadores do impeachment não têm o direito de se iludir. “Podem fazer discurso bonito, mas estão se associando ao grupo mais corrupto da política brasileira”, a chapa Temer-Cunha, que tenta transformar a política num jogo de vale-tudo, afirma o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). “Ouço discursos aqui sobre compra de votos, oferecimento de cargos. O que Michel Temer está fazendo? Loteando o futuro governo, com as negociações conduzidas por Eduardo Cunha”, denunciou o senador, em pronunciamento em plenário, nesta terça-feira (12).
O petista chama a atenção para o papel preponderante assumido por Eduardo Cunha na “chapa” que pretende tomar o governo. “Cunha vira vice-presidente [se o impeachment passar] e Temer vai para a Presidência. Alguém tem dúvidas de quem vai mandar no País?”
Lindbergh repudiou a manobra que, na realidade, consiste em praticamente uma “eleição indireta para instalar o governo do 1%” — que equivale tanto ao percentual alcançado por Temer nas intenções de voto apuradas pelo DataFolha, em pesquisa divulgada no fim de semana, quanto à parcela mais rica da sociedade, que é a única que vai se beneficiar do golpe.
A pesquisa DataFolha, aponta o senador, revela que o golpismo escancarado já começa a sentir na pele os resultados de sua ação, com a queda vertiginosa de líderes tucanos nas intenções de voto. “Projetando um eventual governo Temer, o que seria do PSDB? Vai ser sócio minoritário de Temer e Eduardo Cunha. Sócio minoritário de um governo de crises, porque os senhores não pensem que esse governo vai trazer estabilidade”.
Caso fosse aprovado o impeachment, não haveria o céu de brigadeiro desejado pelos golpistas. “Nós vamos resistir aqui à retirada de direitos dos trabalhadores. Porque é essa a motivação de tudo isso: a radical profunda retirada de direitos dos trabalhadores”.
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