Criminoso foi preso e liberado pela polícia logo depois do registroPode um criminoso ser preso e entregue à polícia e voltar à cena do crime 13 horas depois para, finalmente concretizar seu objetivo?
Em São Paulo, pode.
Os jornais desta sexta-feira (1º) trazem a história: Emílson Chaves da Silva, um dos contaminados pelo ódio ao PT disseminado pela mídia, atacou a sede do PT por duas vezes. Na primeira, falhou ao tentar acender uma bomba incendiária com um cigarro, e falhou. Preso por seguranças e dirigentes do partido que se encontravam dentro do prédio, foi entregue a autoridades policiais, e ainda ameaçou diante dos policiais “vou voltar”. No boletim do crime flagrante feito no 8º Distrito Policial do bairro do Brás, consta que o autor da invasão frustrada portava um canivete e várias vezes gritou que “mataria todos os petistas”. Apesar das evidências de periculosidade, no entanto, Emilson foi solto em seguida.
Treze horas depois da tentativa de invasão do edifício com um pé de cabra, o criminoso voltou ao local do crime para concretizar seu objetivo, lançando uma bomba incendiária (coquetel molotov) contra o edifício, por volta das 14h, quando funcionários e dirigentes do partido voltavam do almoço. Mas o segundo ataque também falhou. Na segunda rodada de investigações, foi encontrada uma lata de solvente que o criminoso pretendia utilizar “potencialmente inflamável”, de acordo com o laudo assinado pelo perito criminal do Núcleo de Polícia Científica, Ricardo Lopes.
Antes que o segundo atentado fosse consumado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou, em nota divulgada nesta quinta-feira (30), o atentado à sede.
“Ultimamente”, disse Lula, “o Brasil tem assistido a muitas cenas de intolerância e ódio. Senti uma imensa tristeza ao receber a notícia do ataque à sede do Partido dos Trabalhadores em São Paulo. Não podemos admitir que as diferenças políticas se transformem em violência. Nenhuma bomba, pé-de-cabra ou agressão vai tirar nossa determinação de lutar por um Brasil mais justo para todos”.
Ainda der acordo com Lula, “o Brasil tem assistido a muitas cenas de intolerância e ódio” –e continua: “Senti uma imensa tristeza ao receber a notícia do ataque à sede do Partido dos Trabalhadores em São Paulo. Não podemos admitir que as diferenças políticas se transformem em violência. Transmito minha solidariedade ao presidente do nosso partido, Rui Falcão, e a todos os funcionários e militantes. Nenhuma bomba, pé-de-cabra ou agressão vai tirar nossa determinação de lutar por um Brasil mais justo para todos”