Lindbergh: “Os que votam a favor desse impeachment estão fazendo como aqueles que apoiaram a ditadura militar de 64”Do “festival de traições e de indecência” que é o processo de impeachment, as bancadas do PT, do PCdoB e do PDT saíram hoje da votação na Comissão Especial do Senado de cabeça erguida. “Saímos com altivez, porque temos lealdade política a um projeto político que tirou milhões da miséria. Temos respeito à nossa presidenta Dilma Rousseff, até porque sabemos que o objetivo final desse golpe é implantar um governo que vai retirar direitos e conquistas dos trabalhadores e paralisar as investigações de corrupção”, afirmou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), falando pela liderança do PT ao colegiado.
Lindbergh alertou os senadores que a derrubada de Dilma também favorece à articulação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que pretende garantir a nomeação de Alexandre Moraes, seu ex-advogado — hoje secretário de Segurança Pública de São Paulo — para o Ministério da Justiça. Objetivo: controlar a Polícia Federal para abafar as investigações contra ele.
Dirigindo-se à presidenta Dilma, Lindbergh garantiu: “A história vai lhe absolver, porque a senhora não cometeu crime algum”.
No momento mais incisivo de seu pronunciamento, Humberto chamou a atenção dos senadores que estão apoiando o impeachment, lembrando que esse posicionamento vai manchar para sempre suas biografias. “Esse momento vai entrar para história como um golpe contra a democracia brasileira. Os que votam a favor desse impeachment estão fazendo como aqueles que apoiaram a ditadura militar de 64”.
Lindbergh lamentou particularmente que o PSDB, partido de Mário Covas e de Teotônio Vilella tenha jogado “sua tradição democrática na lata do lixo da história”.
“Nós vamos resistir a esse golpe até o final”, assegurou o senador.